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Mortes de crianças no país caem 65%
De 1990 a 2006, caiu de 57 para 20 o número de crianças que morriam a cada 100 mil nascidas vivas
Segundo dados publicados pela revista científica "The Lancet", o Brasil foi o 2º país do mundo em redução do índice de mortes de crianças
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil foi o segundo país do
mundo que com mais força reduziu as mortes de crianças
com menos de cincos anos de
idade. Entre 1990 e 2006, caiu
de 57 para 20 o número de
crianças que morriam no país a
cada 100 mil nascidas vivas, o
que dá uma redução de 65%.
O dado saiu numa edição especial da revista científica "The
Lancet", publicada nesta semana, a respeito das Metas de Desenvolvimento do Milênio propostas internacionalmente pela ONU (Organização das Nações Unidas).
O primeiro lugar do ranking
pertence ao Peru, país que reduziu em 68% as mortes de
crianças com menos de cinco
anos, de 78 para 25 mortes a cada 100 mil nascimentos.
Houve países, porém, que tiveram aumento na mortalidade. Os dez que estão em pior situação ficam na África, como
Botswana (aumento de 114%) e
Suazilândia (49%).
Para compor esse ranking, a
"Lancet" escolheu os 68 países
que concentram 97% das mortes maternas e infantis.
Nesse grupo de 68 países, o
melhor índice de mortalidade
pertence ao Brasil. As 20 mortes por 100 mil nascimentos em
2006 ficaram abaixo das 24 da
China e das 25 do Peru.
O pior índice pertence a Serra Leoa, país africano que em
2006 teve 270 crianças com
menos de cinco anos mortas
em cada grupo de 100 mil.
Avanços
O Ministério da Saúde do
Brasil atribui o sucesso na redução da morte de crianças ao
programa nacional de vacinação, que faz parte do sistema
público de saúde e tem um calendário específico para as
crianças. O país já erradicou,
por exemplo, a paralisia infantil e está em vias de eliminar o
sarampo.
Houve também um aumento
no número de mulheres que
realizam os exames pré-natais.
Em 2002, 42% das gestantes
iam às consultas necessárias.
No ano passado, o índice de
mulheres que foram ao médico
era de 66%.
O número de consultas por
grávida também aumentou.
Em 1990, as mulheres faziam,
em média, duas consultas durante a gestação. No ano passado, 5,2 consultas.
O governo brasileiro destaca
o fato de a rede de saneamento
básico ter aumentado nos últimos anos, o que evita mortes
por diarréia, por exemplo. E cita ainda o avanço do Programa
Saúde da Família, com equipes
médicas responsáveis por visitar famílias de regiões carentes.
Esse programa atingia 50% dos
municípios seis anos atrás. Hoje atinge 91,8% dos municípios.
"As mortes de crianças são
evitáveis e, por isso, uma agressão aos direitos humanos", diz
o médico Adson França, que dirige o Departamento de Ações
Estratégicas do Ministério da
Saúde. "É óbvio que ainda temos muito que conquistar, mas
essa redução é uma grande vitória para o Brasil."
Meta da ONU
A meta da ONU se refere à
mortalidade de crianças com
menos de um ano de idade.
Atualmente, o índice do Brasil é
de 21,2 mortes por 1.000 bebês
nascidos vivos.
A ONU propôs aos seus 191
países membros que reduzam a
mortalidade infantil em dois
terços, em relação a 1991, até o
ano 2015.
O Brasil prevê atingir a sua
meta, que é de 14,4 mortes, em
2012, três anos antes do estabelecido pela ONU.
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