São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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Mortes de crianças no país caem 65%

De 1990 a 2006, caiu de 57 para 20 o número de crianças que morriam a cada 100 mil nascidas vivas

Segundo dados publicados pela revista científica "The Lancet", o Brasil foi o 2º país do mundo em redução do índice de mortes de crianças

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil foi o segundo país do mundo que com mais força reduziu as mortes de crianças com menos de cincos anos de idade. Entre 1990 e 2006, caiu de 57 para 20 o número de crianças que morriam no país a cada 100 mil nascidas vivas, o que dá uma redução de 65%.
O dado saiu numa edição especial da revista científica "The Lancet", publicada nesta semana, a respeito das Metas de Desenvolvimento do Milênio propostas internacionalmente pela ONU (Organização das Nações Unidas).
O primeiro lugar do ranking pertence ao Peru, país que reduziu em 68% as mortes de crianças com menos de cinco anos, de 78 para 25 mortes a cada 100 mil nascimentos.
Houve países, porém, que tiveram aumento na mortalidade. Os dez que estão em pior situação ficam na África, como Botswana (aumento de 114%) e Suazilândia (49%).
Para compor esse ranking, a "Lancet" escolheu os 68 países que concentram 97% das mortes maternas e infantis.
Nesse grupo de 68 países, o melhor índice de mortalidade pertence ao Brasil. As 20 mortes por 100 mil nascimentos em 2006 ficaram abaixo das 24 da China e das 25 do Peru.
O pior índice pertence a Serra Leoa, país africano que em 2006 teve 270 crianças com menos de cinco anos mortas em cada grupo de 100 mil.

Avanços
O Ministério da Saúde do Brasil atribui o sucesso na redução da morte de crianças ao programa nacional de vacinação, que faz parte do sistema público de saúde e tem um calendário específico para as crianças. O país já erradicou, por exemplo, a paralisia infantil e está em vias de eliminar o sarampo.
Houve também um aumento no número de mulheres que realizam os exames pré-natais. Em 2002, 42% das gestantes iam às consultas necessárias. No ano passado, o índice de mulheres que foram ao médico era de 66%.
O número de consultas por grávida também aumentou. Em 1990, as mulheres faziam, em média, duas consultas durante a gestação. No ano passado, 5,2 consultas.
O governo brasileiro destaca o fato de a rede de saneamento básico ter aumentado nos últimos anos, o que evita mortes por diarréia, por exemplo. E cita ainda o avanço do Programa Saúde da Família, com equipes médicas responsáveis por visitar famílias de regiões carentes. Esse programa atingia 50% dos municípios seis anos atrás. Hoje atinge 91,8% dos municípios.
"As mortes de crianças são evitáveis e, por isso, uma agressão aos direitos humanos", diz o médico Adson França, que dirige o Departamento de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde. "É óbvio que ainda temos muito que conquistar, mas essa redução é uma grande vitória para o Brasil."

Meta da ONU
A meta da ONU se refere à mortalidade de crianças com menos de um ano de idade. Atualmente, o índice do Brasil é de 21,2 mortes por 1.000 bebês nascidos vivos.
A ONU propôs aos seus 191 países membros que reduzam a mortalidade infantil em dois terços, em relação a 1991, até o ano 2015.
O Brasil prevê atingir a sua meta, que é de 14,4 mortes, em 2012, três anos antes do estabelecido pela ONU.


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