Socialites e atores fogem do assédio em locais simples

DA REVISTA DA FOLHA

Se a crise financeira está fazendo gente rica abdicar de alguns luxos e economizar em serviços básicos, há gente famosa e com possibilidade de gastar muito que faz isso há tempos e por opção.
Mesmo sem muito glamour, alguns bares, restaurantes, lojas e salões de beleza da cidade atraem um público que não quer sair de casa para ver e ser visto (e pagar caro por isso), mas para ser atendido com simpatia e ser tratado como "uma pessoa comum".
Quem quisesse descobrir, um tempo atrás, quando havia uma reunião na casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso era só consultar os pedidos da padaria Aracaju, em Higienópolis. Dia de reunião era também dia de pedir muitos bolinhos de bacalhau ali.
Outro local, a Real, carrega vários slogans. Além de ter sido a padaria da TV Tupi e de hoje ser a padoca da MTV, é também a única do ramo em São Paulo que não vende pão. A Real é uma pizzaria. "Há mais de 30 anos, não se fabrica pão aqui, mas até hoje aparece gente querendo comprar", diz Vitor Simões, sócio do local.
Há até pouco tempo, os representantes da extinta Tupi ainda tinham uma mesa cativa na Real. Participavam dela nomes como Lima Duarte e vários Walters, como Forster, Stuart e Negrão. Hoje, eles foram substituídos por nomes como João Gordo, Cazé Peçanha e Marcos Mion, VJs da MTV, que ocupa o prédio que foi da Tupi.
Bem badalado, mesmo sem placa e sem um nome tão conhecido, o salão de beleza Light Look atrai uma clientela especial a um cantinho da bem localizada praça Vilaboim. Segundo o dono Marcelo Pires Lopes, são frequentadoras Daisy Setubal, mulher do banqueiro Olavo Setubal (1923-2008), mulheres da família Safra e de muitos grandes empresários.
Marcelo diz que o segredo do seu sucesso é achar um meio termo entre o salão de bairro e o de grife. "Não é que temos preço de vila, mas são mais acessíveis do que os das grifes, com profissionais e qualidade iguais ou melhores que de franquias", disse.


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