São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Escola "premiada" teve aumento nas matrículas

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma festa com banda gospel e discurso de pastor evangélico animaram a população de Belo Jardim, agreste pernambucano, no final de novembro passado. Era a comemoração pelo Prêmio Nacional de Excelência em Qualidade no Ensino 2009, concedido ao Instituto Êxito.
Pelo ranking do Instituto Gomes Pimentel, o colégio estava entre as 150 melhores instituições de ensino do Brasil. Pelo MEC, porém, a instituição aparece em 10.894º lugar no Enem, entre 26.018 escolas avaliadas.
"Todo mundo me parabenizou", conta a dona da escola, Elisabete Alves, 59. "A quantidade de alunos que recebi não está no gibi. Uns 150 a mais." O colégio tem 500 alunos, de educação infantil a ensino médio.
Pelo prêmio, ela disse ter pago R$ 1.700, em oito vezes. "Ele [Luís Nogueira, do Instituto Gomes Pimentel] deixou a minha [premiação] por menos."
Elisabete disse nunca ter ouvido falar do instituto até receber uma carta que tratava da premiação. Toda a negociação foi por telefone e o pagamento, via depósito. Há alguns dias, ela recebeu outro ofício informando que seria premiada de novo. Até falar com a Folha, se preparava para pagar pelo prêmio.
Assim como ela, outras escolas disseram estar convictas de que se tratava de um prêmio oficial. "São as notas de avaliação feitas pelo Ministério da Educação", diz Bianca Lima, diretora pedagógica do Jardim Escola Vovô Lima (RJ) -que não é avaliado pelo MEC.
O supletivo Supla (SC) disse ter sido indicado pelo trabalho na alfabetização de surdos e mudos. A Unibahia (BA) disse que se qualificou pela "excelência e qualidade de ensino". A instituição recebeu nota 2 do ministério no IGC (Índice Geral de Cursos), que avalia instituições de ensino superior e vai de 1 a 5. A Unibahia contesta os critérios do IGC e diz que melhorou na avaliação.
Todas disseram ter pago -o argumento do instituto, afirmam, é que os R$ 2.000 são pelo jantar. O colégio Qui-Mimo (BA) foi a única entre as instituições consultadas a dizer que não pagou. A Folha procurou o Unieuro (DF) e a Faap (SP), que não ligaram de volta. (RG)


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