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Polícia acha corpos de seis garotos mortos em Goiás
Pedreiro é preso após confessar à polícia ter estuprado e matado a pauladas rapazes desaparecidos havia cem dias
Polícia Civil começou a recolher objetos pessoais para auxiliar no reconhecimento dos corpos; podem ser
feitos exames de DNA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM GOIÂNIA
A Polícia Civil em Goiânia
(GO) começou ontem a recolher objetos pessoais que podem auxiliar no reconhecimento dos corpos de seis garotos
que estavam desaparecidos havia cem dias, em Luziânia, a 212
km da capital, no entorno do
Distrito Federal (DF).
Eles foram localizados no final de semana, após o pedreiro
Admar de Jesus, 40, confessar
os assassinatos. Três corpos foram desenterrados na manhã
de ontem e os outros três já haviam sido localizados no sábado, por indicação do pedreiro,
numa fazenda entre Luziânia e
Cristalina. Os corpos foram levados para o IML (Instituto
Médico Legal) de Luziânia.
Caso não seja possível o reconhecimento dos corpos por
meio do material oferecido pelas famílias das vítimas, serão
realizados exames de DNA.
Nos primeiros depoimentos
prestados à polícia, o pedreiro
declarou que oferecia dinheiro
aos jovens -entre R$ 50 e
R$ 200- para que eles o auxiliassem no transporte de material de construção civil.
Em vez do trabalho, Jesus
afirmou que levava as vítimas
para a área da fazenda, distante
dois quilômetros de Luziânia,
estuprava os garotos e os matava com pauladas na cabeça.
Os jovens, com idades entre
13 e 19 anos, desapareceram do
setor Estrela D'Alva, na periferia de Luziânia, entre 30 de dezembro e 22 de janeiro deste
ano. Eles não se conheciam e
sumiram em dias diferentes.
As abordagens do pedreiro
começaram uma semana depois de ele ter sido solto de um
presídio em Brasília, onde
cumpria pena por abuso sexual
contra dois adolescentes.
O suspeito foi preso em 2005
e conseguiu a progressão da pena em 23 de dezembro de 2009.
Diego Alves Rodrigues, 13, foi o
primeiro a desaparecer. Mais
cinco adolescentes e jovens tiveram o mesmo destino, sem
deixar nenhuma pista.
A Polícia Federal entrou no
caso, e os delegados fizeram um
levantamento dos homens que
respondem na Justiça por crimes sexuais na cidade e nas redondezas e chegaram, então,
até o endereço de uma das irmãs do pedreiro, que morava
bem próximo das casas dos jovens desaparecidos.
A prisão preventiva de Jesus
foi decretada na sexta. Anteontem, ele foi preso, confessou os
assassinatos e apontou o local
onde os corpos foram enterrados. Duas bicicletas, que eram
de dois dos seis jovens, estavam
na casa da irmã do pedreiro.
"Ele é doente, é um psicopata
sexual", disse o delegado Josuemar Vaz de Oliveira, responsável pelas investigações.
"Pelo espaço temporal, é pouco
provável que ele tenha feito outras vítimas."
Por questões de segurança, o
pedreiro foi transferido ontem
de Luziânia para Goiânia.
Até a conclusão desta edição,
nenhum advogado havia se
apresentado para defendê-lo.
Esperança
A família de Diego Alves Rodrigues, 13, que foi o primeiro a
desaparecer, ainda mantinha
esperanças de encontrá-lo vivo.
As investigações do caso, porém, nunca levantaram informações concretas para isso.
"Estamos mais aliviados por
saber o que realmente aconteceu, mas tristes por descobrir
que eles não estão vivos", disse
a dona de casa Gláucia Gomes
de Sousa, 26, irmã do garoto.
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