São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Polícia acha corpos de seis garotos mortos em Goiás

Pedreiro é preso após confessar à polícia ter estuprado e matado a pauladas rapazes desaparecidos havia cem dias

Polícia Civil começou a recolher objetos pessoais para auxiliar no reconhecimento dos corpos; podem ser feitos exames de DNA


COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

A Polícia Civil em Goiânia (GO) começou ontem a recolher objetos pessoais que podem auxiliar no reconhecimento dos corpos de seis garotos que estavam desaparecidos havia cem dias, em Luziânia, a 212 km da capital, no entorno do Distrito Federal (DF).
Eles foram localizados no final de semana, após o pedreiro Admar de Jesus, 40, confessar os assassinatos. Três corpos foram desenterrados na manhã de ontem e os outros três já haviam sido localizados no sábado, por indicação do pedreiro, numa fazenda entre Luziânia e Cristalina. Os corpos foram levados para o IML (Instituto Médico Legal) de Luziânia.
Caso não seja possível o reconhecimento dos corpos por meio do material oferecido pelas famílias das vítimas, serão realizados exames de DNA.
Nos primeiros depoimentos prestados à polícia, o pedreiro declarou que oferecia dinheiro aos jovens -entre R$ 50 e R$ 200- para que eles o auxiliassem no transporte de material de construção civil.
Em vez do trabalho, Jesus afirmou que levava as vítimas para a área da fazenda, distante dois quilômetros de Luziânia, estuprava os garotos e os matava com pauladas na cabeça.
Os jovens, com idades entre 13 e 19 anos, desapareceram do setor Estrela D'Alva, na periferia de Luziânia, entre 30 de dezembro e 22 de janeiro deste ano. Eles não se conheciam e sumiram em dias diferentes.
As abordagens do pedreiro começaram uma semana depois de ele ter sido solto de um presídio em Brasília, onde cumpria pena por abuso sexual contra dois adolescentes.
O suspeito foi preso em 2005 e conseguiu a progressão da pena em 23 de dezembro de 2009. Diego Alves Rodrigues, 13, foi o primeiro a desaparecer. Mais cinco adolescentes e jovens tiveram o mesmo destino, sem deixar nenhuma pista.
A Polícia Federal entrou no caso, e os delegados fizeram um levantamento dos homens que respondem na Justiça por crimes sexuais na cidade e nas redondezas e chegaram, então, até o endereço de uma das irmãs do pedreiro, que morava bem próximo das casas dos jovens desaparecidos.
A prisão preventiva de Jesus foi decretada na sexta. Anteontem, ele foi preso, confessou os assassinatos e apontou o local onde os corpos foram enterrados. Duas bicicletas, que eram de dois dos seis jovens, estavam na casa da irmã do pedreiro.
"Ele é doente, é um psicopata sexual", disse o delegado Josuemar Vaz de Oliveira, responsável pelas investigações. "Pelo espaço temporal, é pouco provável que ele tenha feito outras vítimas."
Por questões de segurança, o pedreiro foi transferido ontem de Luziânia para Goiânia.
Até a conclusão desta edição, nenhum advogado havia se apresentado para defendê-lo.

Esperança
A família de Diego Alves Rodrigues, 13, que foi o primeiro a desaparecer, ainda mantinha esperanças de encontrá-lo vivo. As investigações do caso, porém, nunca levantaram informações concretas para isso.
"Estamos mais aliviados por saber o que realmente aconteceu, mas tristes por descobrir que eles não estão vivos", disse a dona de casa Gláucia Gomes de Sousa, 26, irmã do garoto.


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