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GRANDE IRMÃO
Estradas federais receberão equipamento ainda neste ano; polícia de São Paulo também planeja usar aparelho
Nova câmera vai flagrar devedor de IPVA
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
As estradas federais brasileiras
devem ganhar ainda neste ano 35
novas câmeras que fazem a leitura
das placas dos veículos e identificam automaticamente se eles são
roubados, furtados ou têm pendências para circular, como atrasos de licenciamento e de IPVA.
A contratação já está sendo preparada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e deverá ser formalizada no segundo semestre.
A Polícia Militar de São Paulo
também planeja a implantação de
equipamentos desse tipo para fazer as chamadas blitze eletrônicas. Ela fez ações experimentais
em vias urbanas e, nas últimas semanas, a Polícia Rodoviária Estadual finalizou alguns testes na rodovia dos Bandeirantes, que liga a
capital ao interior do Estado.
A PRF usa há dois anos cinco
câmeras com essa tecnologia, mas
voltadas exclusivamente para detectar veículos roubados e furtados. Prepara agora uma licitação
para adquirir mais 35, que serão
colocadas preferencialmente nas
blitze realizadas em estradas federais próximas de grandes capitais,
como Régis Bittencourt e Dutra.
O aparelho é conhecido como
câmera de monitoramento OCR
(que faz reconhecimento ótico de
caracteres) e se assemelha ao que
a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo começou a testar no mês passado
para fazer a fiscalização eletrônica
do rodízio municipal de veículos.
Ele faz a leitura das placas de todos os veículos que passam numa
faixa de rolamento e cruza as imagens com as informações existentes em alguns bancos de dados
-dos departamentos de trânsito,
das polícias e das seguradoras.
Se houver alguma restrição, ele
aponta a irregularidade em menos de um segundo -servindo
de indicação ao policial de que
aquele carro deve ser parado.
Interesse econômico
O projeto de São Paulo está sendo elaborado pela Secretaria da
Segurança Pública e pela Secretaria da Fazenda. Além de facilitar a
identificação dos carros roubados, a proposta despertou interesse da equipe econômica da gestão
Geraldo Alckmin (PSDB) por ser
uma possibilidade de conter a falta de pagamento do licenciamento, IPVA e multas de trânsito.
Um levantamento realizado em
2004 apontava que 48% da frota
paulista estava em situação irregular. A administração estadual
relativiza esse número sob a alegação de que alguns desses veículos não estão em circulação. Mas a
clandestinidade sempre esteve
próxima de um terço do total.
De acordo com a assessoria de
imprensa da Secretaria da Fazenda, no projeto piloto consta a
idéia de implantar um quiosque
próximo à fiscalização da Polícia
Rodoviária, com caixas eletrônicos que permitiriam ao proprietário do veículo em situação irregular pagar os débitos na mesma hora, evitando que o carro seja
apreendido.
O major Jorge Luiz Alves, assessor de comunicação da PM, confirma a realização dos testes, mas
diz não haver nenhuma definição.
Representantes da Polícia Rodoviária Estadual disseram à reportagem que a intenção é implantar
as câmeras ainda em 2005.
Seguradoras
A Polícia Rodoviária Federal
mantém hoje cinco câmeras com
essa tecnologia em Rondônia,
Mato Grosso do Sul, Acre, Paraná
e Rio Grande do Sul. Elas detectam veículos roubados e furtados.
O projeto abrange uma parceria
com a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização) e, desde
2003, registrou a passagem de 6
milhões de veículos, dos quais
5.000 constavam nos cadastros
dos roubados das seguradoras.
Horácio Catapreta, da Fenaseg,
afirma que a entidade já fez reuniões com representantes do prefeito José Serra (PSDB) para que a
fiscalização seja adotada na capital paulista, incluindo os flagrantes do rodízio.
Duas câmeras desse tipo foram
instaladas em 2004 num posto
policial na saída de Brasília e nas
proximidades da Granja do Torto, no Distrito Federal. Uma foi
utilizada até o fim do ano passado, e a outra, até o mês passado. A
fiscalização da câmera localizada
na saída de Brasília levou ao pagamento de mais de 10 mil multas
no ano passado.
Os equipamentos testados na
rodovia dos Bandeirantes, em São
Paulo, são da empresa Engebras.
Especialistas ouvidos pela reportagem disseram conhecer somente cinco empresas no país que fornecem a tecnologia.
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