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Novos prédios dão fôlego ao centro velho
Seis condomínios estão em obras e serão entregues até 2008; preços dos imóveis variam de R$ 43 mil a R$ 146 mil
Urbanistas dizem que mais moradores ajudam a revitalizar a região, mas criticam falta de limpeza e de segurança
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
O centro velho de São Paulo
ganhará 1.326 novos apartamentos nos próximos dois
anos. Seis condomínios estão
em obras atualmente entre o
vale do Anhangabaú e a Santa
Cecília: três na rua 25 de Janeiro, um na avenida Duque de Caxias, um na esquina da alameda
Nothmann com a Adolfo Gordo
e outro no calçadão da avenida
São João, com preços que variam de R$ 43 mil a R$ 146 mil.
São prédios com porteiros e
áreas de lazer, como piscina e
academia de ginástica, que ajudam a compensar a área dos
imóveis -o Novo Centro Arouche (av. Duque de Caxias, com
apartamentos de área entre
48,18 m2 e 52,02 m2), por exemplo, terá um "beauty center"
(centro de beleza) e um "business center" (sala de reunião).
"Trazer os moradores de volta para o centro, mesmo com
esses apartamentos de menor
valor, é fundamental para a revitalização. O desafio é melhorar segurança e limpeza", diz o
arquiteto Ruy Ohtake.
Embora a volta de moradores seja um indicativo positivo,
a revitalização do centro ainda
é lenta e pouco perceptível para quem passa pela região.
Para a arquiteta e urbanista
Nadia Somekh, a revitalização
ainda "está no meio do caminho". "O centro não está bem
varrido e, quando se passa pelas ruas, ainda se tem uma sensação de insegurança", diz Somekh, ex-diretora da Emurb
na gestão Marta Suplicy (PT).
Hoje, o aluguel residencial
no centro custa R$ 11,40 por
metro quadrado para apartamentos de um quarto e R$
10,55 para os de dois dormitórios, segundo dados do Secovi,
o sindicato da habitação. Na Vila Mariana, por exemplo, o valor médio é de R$ 13,50 (um
quarto) e R$ 10,50 (dois).
Desde agosto de 2005, quando a medição começou a ser
feita por metro quadrado, a valorização foi de 18,4% para os
imóveis de um dormitório e
15,3% para os apartamentos de
dois quartos. A inflação acumulada medida no mesmo período pelo IGP-M é de 5,47%.
A maior parte dos novos
apartamentos é destinada a famílias com renda mensal entre
cinco e dez salários mínimos.
Moradores
Em 2002, o escultor Emanoel Araújo trocou a Bela Vista
pela avenida São Luís, com vista para República. "Mas penso
em sair daqui. Quando desço
para a rua é um inferno, o problema social continua."
Já o roteirista de cinema Hilton Lacerda ("Amarelo Manga"), 41, vindo de Pinheiros
também em 2002, diz gostar
"muito" de morar no centro.
"Gosto de caminhar pela região, de ir a pé à Pinacoteca. Fui
assaltado e agredido num final
de semana, à noite. Mas não
troco o centro por Pinheiros."
Entre os prédios já existentes, a procura imobiliária e a valorização de aluguéis na região
central mais que dobraram nos
últimos cinco anos. Dona e gestora de quase todos os imóveis
do centro paulistano, a imobiliária Savoy dá exemplos da nova expansão: a taxa de ocupação do edifício Marrocos, na
Conselheiro Crispiniano, passou de 30%, em 2003, para 80%
neste ano. A rua Boa Vista também teve projeção nesse índice.
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