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Apesar da nova lei, morte de motoboys cresce
Órgãos públicos de SP possuem diferentes estimativas, mas todas apontam crescimento no número de fatalidades
O número de vítimas fatais
cresceu 10% segundo a CET
(Companhia de Engenharia
de Tráfego), chegando a 380
mortes no ano de 2006
CLARA FAGUNDES
GUSTAVO GOUVEIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O número de motociclistas
mortos na cidade de São Paulo
cresceu desde a entrada em vigor da regulamentação dos serviços de motofrete em 2005. O
decreto do então prefeito José
Serra (PSDB) visava aumentar
a segurança no serviço, mas só
271 dos 150.000 veículos de
motofrete foram fiscalizados
em 2006.
De 2005 para 2006, o número de vítimas fatais cresceu 10%
segundo a CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego), chegando a 380 mortes até o final
do ano passado.
Nos cálculos do PRO-AIM
(Programa de Aprimoramento
das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo),
o aumento no período foi maior
-14,7%-, mas o número de
mortes, menor: 277, nos dois
anos. Para a CET, no entanto,
os mortos chegaram a 725.
A diferença existe porque as
informações do PRO-AIM são
obtidas a partir das declarações
de óbito. A CET inclui no levantamento suas próprias notificações de incidente, os boletins
de ocorrência das delegacias,
além dos números do IML
(Instituto Médico Legal).
Responsável pela fiscalização, o Departamento de Transportes Públicos não quis responder porque fiscalizou apenas 0,02% dos veículos em circulação. O órgão disse que não
falaria porque a responsabilidade de fiscalização será passada à Companhia de Engenharia
de Tráfego. O prazo inicial encerra-se em julho, mas ainda
não há data definida para a
transferência.
Das 271 motos fiscalizadas,
176 estavam regulares. Isto significa que mais de um terço das
motos não atendiam à regulamentação em vigor.
Mesmo com dificuldades para fazer valer a atual legislação,
a prefeitura lançou selo de segurança para empresas de motofrete e para as que contratam
o serviço. A certificação está em
vigor desde 9 de abril.
A adesão é voluntária. Para
obter o selo, é necessário que a
empresa forneça equipamento
de segurança, seguro de vida e
garanta a manutenção das motocicletas sob seu serviço.
A CET informou que, até
agora, houve seis adesões. Outras 15 empresas se inscreveram e aguardam avaliação.
O Sindimoto-SP considera
que a medida é paliativa, mas
pode ajudar a melhorar a segurança. Contesta, porém, a competência da CET para a emissão
deste selo.
Para o presidente do Sindimoto-SP, Aldemir Martins de
Freitas, essa deveria ser uma
função de órgãos trabalhistas
ou sindicais.
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