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Conselho é contra mudar Fuvest neste ano
Órgão estadual afirma que alterações foram feitas com pressa e que não são convenientes para serem aplicadas agora
Mudanças aprovadas pela USP em abril transformam primeira fase em apenas eliminatória e incluem todas as disciplinas na 2ª fase
RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Estadual da Educação desaprovou a implementação de alterações no vestibular da Fuvest deste ano. A posição consta de deliberação de 15
de abril, homologada pela Secretaria Estadual da Educação.
"Independente do teor das
mudanças, parece-nos evidente que a esta altura do ano não
seja conveniente a alteração
das regras estabelecidas [na
Fuvest]", afirma o documento.
O texto tem força de pressão
política apenas e não vai resultar em recurso junto à USP.
Apesar disso, o presidente do
conselho, Arthur Fonseca Filho, reforçou as críticas da deliberação, publicada no "Diário
Oficial" em 5 de maio.
"Os vestibulares de instituições públicas só deveriam ser
alterados com tempo hábil, para que os estudantes pudessem
se adaptar", disse. "Isso vai impactar no conteúdo das aulas e
gerar insegurança nos alunos."
Especialista em ensino superior, a professora Eunice Durham, da USP, concorda com o
conselho. "As alterações foram
pouco discutidas, houve atropelo na votação. Ninguém sabe
direito como vai ficar o exame."
Na semana passada, o IME
(Instituto de Matemática e Estatística da USP) protocolou
um recurso pedindo ao Conselho de Graduação da universidade que volte a discutir as mudanças do vestibular. O principal argumento é que o tempo
para aplicar as novas regras, até
o final deste ano, é muito curto.
Aprovadas pelo Conselho de
Graduação em abril, as mudanças na Fuvest vão transformar
a primeira fase em apenas eliminatória e incluir todas as disciplinas na segunda fase.
Não está em discussão o conteúdo da proposta, afirma Fonseca Filho. Ele ressalta que não
desconfia da qualidade das provas da Fuvest. "O que preocupa
[o conselho estadual] é a pressa
para fazer as alterações e o fato
de não haver muita definição
quanto ao novo formato."
A reportagem procurou a
USP, que não quis comentar o
caso. A assessoria da instituição
disse que, como não foi enviado
um documento em separado
com as críticas ao vestibular,
não se pronunciaria.
A Secretaria Estadual da
Educação e a Secretaria de Ensino Superior também foram
procuradas, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição.
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