São Paulo, terça-feira, 12 de maio de 2009

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Conselho é contra mudar Fuvest neste ano

Órgão estadual afirma que alterações foram feitas com pressa e que não são convenientes para serem aplicadas agora

Mudanças aprovadas pela USP em abril transformam primeira fase em apenas eliminatória e incluem todas as disciplinas na 2ª fase


RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Estadual da Educação desaprovou a implementação de alterações no vestibular da Fuvest deste ano. A posição consta de deliberação de 15 de abril, homologada pela Secretaria Estadual da Educação.
"Independente do teor das mudanças, parece-nos evidente que a esta altura do ano não seja conveniente a alteração das regras estabelecidas [na Fuvest]", afirma o documento.
O texto tem força de pressão política apenas e não vai resultar em recurso junto à USP.
Apesar disso, o presidente do conselho, Arthur Fonseca Filho, reforçou as críticas da deliberação, publicada no "Diário Oficial" em 5 de maio.
"Os vestibulares de instituições públicas só deveriam ser alterados com tempo hábil, para que os estudantes pudessem se adaptar", disse. "Isso vai impactar no conteúdo das aulas e gerar insegurança nos alunos."
Especialista em ensino superior, a professora Eunice Durham, da USP, concorda com o conselho. "As alterações foram pouco discutidas, houve atropelo na votação. Ninguém sabe direito como vai ficar o exame."
Na semana passada, o IME (Instituto de Matemática e Estatística da USP) protocolou um recurso pedindo ao Conselho de Graduação da universidade que volte a discutir as mudanças do vestibular. O principal argumento é que o tempo para aplicar as novas regras, até o final deste ano, é muito curto.
Aprovadas pelo Conselho de Graduação em abril, as mudanças na Fuvest vão transformar a primeira fase em apenas eliminatória e incluir todas as disciplinas na segunda fase.
Não está em discussão o conteúdo da proposta, afirma Fonseca Filho. Ele ressalta que não desconfia da qualidade das provas da Fuvest. "O que preocupa [o conselho estadual] é a pressa para fazer as alterações e o fato de não haver muita definição quanto ao novo formato."
A reportagem procurou a USP, que não quis comentar o caso. A assessoria da instituição disse que, como não foi enviado um documento em separado com as críticas ao vestibular, não se pronunciaria.
A Secretaria Estadual da Educação e a Secretaria de Ensino Superior também foram procuradas, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição.


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