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MARIA THEREZA DE SIQUEIRA VERRONE (1941-2010)
A psicóloga que trabalhou com adoção internacional
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Existem cerca de cem mães
espalhadas pelo mundo hoje
que só tiveram seus filhos
graças ao trabalho de Maria
Thereza de Siqueira Verrone.
Psicóloga formada pela
Universidade de SP em meados da década de 70, ela foi
funcionária da Vara da Infância e da Juventude do Foro da
Lapa, na zona oeste da capital.
Por quase 30 anos, era responsável por avaliar casais estrangeiros e indicar ao juiz a
possibilidade de eles adotarem crianças brasileiras.
Seu trabalho era extremamente sigiloso, conta o filho
Luiz Antonio. Só podia comentar alguma coisa depois
que a adoção fosse realizada.
Os novos pais continuavam
sendo acompanhados por ela
após receberem as crianças.
Muitos casais chegavam a
mandar presentes para a psicóloga, em agradecimento.
Maria Thereza adorava
crianças e até pensou em adotar um bebê que ficou dois
dias em sua casa à espera de
vaga no orfanato. Mas ela, casada desde 1961 com o engenheiro e professor da USP Vicente Verrone, já tinha quatro filhos e não foi adiante.
Segundo o filho, Nininha
-como era chamada- era
uma mulher gentil e muito séria com a educação dos filhos
-não passava a mão na cabeça quando eles erravam.
Em casa, gostava de pintar e
presenteava amigos com quadros. Também ajudava o marido a digitar projetos, porque
ele fazia os trabalhos à mão.
Aposentada desde 2004,
morreu no domingo, Dia das
Mães, aos 69, em decorrência
de um câncer. Deixa viúvo,
quatro filhos e três netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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