DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Ricardo dos Santos Martins Ferreira, 42, foi morto, na noite de anteontem, dentro do parque Ibirapuera -uma das principais áreas de lazer dos paulistanos. A polícia acredita que Santos possa ter sido vítima de uma suposta tentativa de assalto.
A morte é a segunda registrada em apenas dois meses no parque, que, em janeiro, recebeu iluminação e reforço de guardas municipais para que pudesse permanecer aberto até a meia-noite.
O crime ocorreu na área conhecida como ""autorama", em frente ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito), usada como estacionamento e ponto de encontro de casais durante a noite.
Segundo a polícia, por volta das 22h, um homem armado abordou o economista quando ele estava em seu carro, um Honda Civic, obrigando-o a descer. Em seguida, disseram testemunhas, Santos teria agarrado a cabeça do ladrão, que estava dentro do carro, sendo arrastado por alguns metros, até receber dois tiros.
Guardas-civis do parque foram chamados e levaram a vítima até o Hospital São Paulo, onde o economista morreu de madrugada.
O Honda Civic foi localizado horas depois pela Polícia Militar na rua Dom Manuel da Ressurreição, no Cursino (zona sul). Perto do carro, em uma caçamba de lixo, policiais encontraram um revólver. ""Estamos trabalhando com todas as hipóteses, de homicídio a tentativa de assalto com reação [latrocínio]", afirma o delegado Roberto Krasovic, 38, titular do 36º DP (Paraíso).
Policiais estranharam o fato de a arma ter sido abandonada perto do carro e a reação da vítima.
Em abril, o empresário do ramo de exportação Guilherme Boris Furmanovich, 47, foi baleado enquanto corria à noite, perto do prédio da Oca. A autoria não está esclarecida. A polícia investiga hipótese de vingança, relacionada aos negócios do empresário.
""Se os crimes foram premeditados, não tínhamos como fazer a prevenção", afirmou o secretário municipal de Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano, que ontem pediu ajuda da PM para reforçar a segurança nos arredores do parque durante a noite.
Desde janeiro, a Guarda Civil reforçou o número de homens no parque: de 160 para 210, por causa da ampliação do horário de funcionamento do parque. ""Vamos fazer agora uma reflexão específica sobre a situação do autorama."
Ontem, um funcionário de uma das barracas de lanche do ""autorama" disse que os guardas não passam pelo local, que fica em um setor anexo do parque.
À noite, a PM divulgou uma nota informando que irá reforçar o patrulhamento à noite na região.


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