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São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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WALTER FÉLIX DE SOUZA (1927-2008)

A mágica simples do "feiticeiro" da bola

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Houve um tempo na vida do "Velho Feiticeiro" que justificou o epíteto e o mistério que ainda hoje percorrem os estádios do Acre. Aconteceu uma vez, e outra -e acabou em mito o fato de estar no comando de um time perto da derrota "e conseguir alterar o resultado de partidas quase perdidas". Sua mágica era pôr ordem na bagunça do futebol riobranquense dos anos 40, em que "ninguém marcava ninguém e todo mundo jogava à vontade".
Homem calado, criado pela avó, Walter de Souza jamais pensara em ser técnico. Para os alunos era o professor Té, que lecionou desde que voltou do Rio, formado em educação física. Voltou, foi diretor de colégios e jogador de peladas.
Um dia recebeu o convite do presidente do Independência para um jogo contra um esmagador time boliviano. Ganhou e ficou no cargo, emendando um time no outro -Juventus, Rio Branco, "quase todos os grandes do Acre", diz a filha. Acreditava que, no país do futebol, seu Estado estava bem. "Não chega a ser o primeiro, mas não tem sido o último".
Fundou o curso de educação física da Universidade Federal do Acre, onde até o telefonista sabe de cor histórias do "homem que torcia os placares". "Deus foi tão misericordioso comigo que me deu 80 anos de vida", e dois casamentos, três filhos, quatro netos e tantas vitórias. "Não tenho mais nada a fazer", chegou a dizer. E morreu de infarto, no dia 4.


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