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Justiça manda dividir prêmio da Mega-Sena
Patrão e ex-funcionário devem dividir prêmio de R$ 27,7 milhões vencido há 9 meses em SC, segundo decisão judicial
Ex-empregado moveu a ação e acusa antigo patrão de ter se apropriado de seu bilhete; advogados de empresário devem recorrer da decisão
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça de Santa Catarina
mandou dividir um dos maiores prêmios da história da Mega-Sena entre um patrão e seu
ex-funcionário, que disputam o
dinheiro.
Após quase nove meses do
anúncio do prêmio no valor de
R$ 55,5 milhões pela Caixa
Econômica Federal, a Justiça
de primeira instância em Joaçaba (Santa Catarina), município onde foi feita a aposta, condenou o empresário Altamir
José da Igreja a dividir sua parte do dinheiro -R$ 27,7 milhões- com o marceneiro Flávio Júnior Biassi, 25, que prestava serviços em sua serralheria.
A outra metade do dinheiro
do concurso foi paga a apostadores de Rondônia.
A ação foi movida por Biassi,
que acusa o antigo patrão de ter
se apropriado indevidamente
de seu bilhete.
Os advogados de José da
Igreja disseram que vão recorrer da decisão. Com isso, o dinheiro continuará bloqueado.
A defesa do empresário vai
argumentar que a decisão pode
abrir precedentes para novas
contestações de premiações.
José da Igreja já havia obtido na
Justiça o desbloqueio de cerca
de R$ 2,2 milhões do valor pago
pelo prêmio.
O marceneiro diz ter entregue R$ 1,50 e um papel com a
combinação dos números de
seu celular ao ex-patrão, que faria a aposta por ele em uma lotérica da cidade. O jovem diz
que o empresário ligou para sua
casa no dia seguinte para informar sobre o prêmio, mas não
devolveu o bilhete.
José da Igreja sustenta ter
feito a aposta sozinho e que os
números que jogou eram a
combinação das datas de nascimento dele e de seu filho.
Ele diz que não fez a aposta
para o ex-empregado, que teria
preferido beber com o dinheiro
do bilhete. Afirma ainda ter ligado para o pai de Biassi apenas
para informar que daria uma
moto de presente ao empregado com o prêmio.
Na decisão, o juiz levou em
conta o fato de, segundo ele, o
empresário não pagar pensão
ao filho cuja data de nascimento teria inspirado parte da
aposta.
Günter Grander, um dos advogados de José da Igreja, negou ontem que o empresário
tenha abandonado o filho. Criticou o fato de o juiz ter usado
esse argumento na sentença.
"Todos colocaram o Altamir
[José da Igreja] como empresário e o Fábio [Biassi] como coitadinho. O Altamir é só dono de
um caminhão velho. Tem uma
vida simples."
O empresário vive hoje em
Toledo (SC), com um irmão.
Biassi foi trabalhar em uma
fazenda, com o pai e os irmãos,
em Catanduvas (SC).
De acordo com o advogado
Francisco Assis de Lima, ele espera com "ansiedade" a definição do caso. "Imagine como é
para um jovem saber que é rico
e não poder usar o dinheiro?",
disse Lima.
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