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Reitora da USP diz que não deixará o cargo
Não abandonarei a responsabilidade que me foi atribuída por aqueles que me elegeram, afirma Suely Vilela sobre pedido de renúncia
Professora diz que greve tem apoio de 10% dos funcionários e que a presença da PM no campus é para assegurar direito dos demais
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Eu não abandonarei a responsabilidade que me foi atribuída por aqueles que me elegeram e que continuam me
apoiando." Assim a reitora da
USP, Suely Vilela, 55, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão
Preto, respondeu à pergunta
sobre se pensa em renunciar ou
em abandonar o cargo máximo
na hierarquia universitária,
conforme exigem as entidades
de professores, estudantes e
funcionários.
Dois dias depois dos violentos confrontos que opuseram,
de um lado, a PM e, de outro,
estudantes e funcionários, em
pleno campus da universidade,
na zona oeste de São Paulo, e
que deixaram um saldo de dez
feridos, a reitora concordou em
conceder entrevista à Folha.
Quis que as perguntas lhe fossem enviadas por e-mail e pelo
mesmo meio respondeu a elas
ontem às 21h53.
Face à pergunta "Acredita
que a PM cometeu excessos?",
a reitora não respondeu nem
sim nem não. Disse apenas: "A
manifestação transcorria pacificamente até que um pequeno
grupo partiu para provocações
e confronto com os policiais".
Vilela apresentou seu balanço do atual movimento de estudantes, professores e funcionários. Segundo ela, "a maioria
está em franco desenvolvimento de suas atividades. As aulas
estão sendo ministradas regularmente, assim como as pesquisas se desenvolvem dentro
da normalidade". Para a reitora, "10% dos servidores não docentes, de um universo de 15
mil funcionários, paralisaram
suas funções" e "apenas três
unidades tiveram suas atividades parcialmente afetadas".
Vilela justificou a presença
da polícia no campus: "Tem como objetivo o cumprimento de
decisão judicial de reintegração de posse".
Segundo ela, a Justiça também considerou ilegais os piquetes de greve. Ela citou a decisão da juíza que concedeu a
liminar, para a qual "proibir o
acesso de servidores, estudantes e do público em geral aos
edifícios da universidade "é inconstitucional'".
A reitora afirmou que "sempre esteve aberta ao diálogo,
tanto que nunca se furtou, em
nenhuma situação, a dialogar
com professores, alunos e funcionários". As negociações estão suspensas desde o último
dia 25, quando a reitora disse
que não conversaria mais com
as entidades enquanto houvesse piquetes no campus.
A entrevista encerrou-se
com a reitora prometendo não
"sucumbir a pressões de pequenos grupos que sobrepõem
questões de caráter estritamente políticos aos objetivos e
à missão da universidade".
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