|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MARCO PAULO RABELLO (1918-2010)
Deu vida às linhas de Niemeyer
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Havia um impasse na Argélia, e Marco Paulo Rabello
foi convidado a resolvê-lo.
No fim da década de 60,
quando a Universidade de
Constantine iria ser construída naquele país, técnicos europeus disseram que, do jeito
que o projeto de Oscar Niemeyer estava, seria impossível dar início às obras.
O arquiteto brasileiro, ao
saber daquilo, disse: "Se na
Europa não existe uma firma
capaz de fazer a obra, no Brasil tem: é a Construtora Rabello". O episódio é lembrado
pelo ex-funcionário da empresa José Carlos Jovine.
Marco fez engenharia na
federal de Minas e, no começo, integrou a empresa do tio,
chamada Ajax Rabello.
Recém-formado, foi trabalhar na construção do cassino da Pampulha, projetado
por Niemeyer e erguido durante a prefeitura de Juscelino Kubitschek em BH.
Tornou-se, assim, grande
amigo dos dois e acabou sendo um dos empreiteiros mais
importantes na construção
de Brasília. Fez o Palácio do
Planalto, a catedral e o Tribunal de Justiça da cidade.
E realizou obras como o
Minhocão, em SP, a ponte
Rio-Niterói, um trecho da Dutra e a Transamazônica.
Além da Universidade de
Constantine, levantou outra
naquele país, em Argel.
Diz o filho Marco Antônio
que o pai ficara satisfeito por
dois dos filhos e um dos netos serem engenheiros.
Sua construtora durou até
os anos 90. Marco parou de
trabalhar há uns 15 anos,
mas até o fim falou sobre engenharia, lembra Jovine.
Morreu na segunda, aos
92, devido a uma pneumonia, no Rio. Teve cinco filhos,
nove netos e dois bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Última Moda/29ª São Paulo Fashion Week: Casas para vestir Índice
|