São Paulo, sábado, 12 de junho de 2010

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MARCO PAULO RABELLO (1918-2010)

Deu vida às linhas de Niemeyer

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Havia um impasse na Argélia, e Marco Paulo Rabello foi convidado a resolvê-lo.
No fim da década de 60, quando a Universidade de Constantine iria ser construída naquele país, técnicos europeus disseram que, do jeito que o projeto de Oscar Niemeyer estava, seria impossível dar início às obras.
O arquiteto brasileiro, ao saber daquilo, disse: "Se na Europa não existe uma firma capaz de fazer a obra, no Brasil tem: é a Construtora Rabello". O episódio é lembrado pelo ex-funcionário da empresa José Carlos Jovine.
Marco fez engenharia na federal de Minas e, no começo, integrou a empresa do tio, chamada Ajax Rabello.
Recém-formado, foi trabalhar na construção do cassino da Pampulha, projetado por Niemeyer e erguido durante a prefeitura de Juscelino Kubitschek em BH.
Tornou-se, assim, grande amigo dos dois e acabou sendo um dos empreiteiros mais importantes na construção de Brasília. Fez o Palácio do Planalto, a catedral e o Tribunal de Justiça da cidade.
E realizou obras como o Minhocão, em SP, a ponte Rio-Niterói, um trecho da Dutra e a Transamazônica.
Além da Universidade de Constantine, levantou outra naquele país, em Argel.
Diz o filho Marco Antônio que o pai ficara satisfeito por dois dos filhos e um dos netos serem engenheiros.
Sua construtora durou até os anos 90. Marco parou de trabalhar há uns 15 anos, mas até o fim falou sobre engenharia, lembra Jovine.
Morreu na segunda, aos 92, devido a uma pneumonia, no Rio. Teve cinco filhos, nove netos e dois bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br


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