São Paulo, sábado, 12 de junho de 2010

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Planos vão aumentar acima da inflação

Reajuste de convênio de saúde, de 6,73%, é maior que o IPCA de maio de 2009 a abril de 2010, que foi de 5,26%

Valor é muito próximo dos 6,76% autorizados em 2009; para o Idec, o aumento maior que a inflação é "abusivo"

RICARDO WESTIN
MÁRCIO PINHO
DE SÃO PAULO

Os planos de saúde individuais e familiares terão as mensalidades aumentadas em até 6,73% neste ano. O índice foi anunciado ontem pela ANS (agência reguladora).
O aumento fica acima do índice de inflação IPCA registrado entre maio de 2009 e abril de 2010, de 5,26%.
Por outro lado, está muito próximo do reajuste autorizado pela ANS no ano passado, de 6,76%.
Segundo a agência, não houve influência da recente ampliação da lista de procedimentos médicos e odontológicos que as operadoras estão obrigadas a oferecer. O impacto ocorrerá no reajuste do ano que vem.
"O índice [de 6,73%] é reflexo das variações de custo [das operadoras] dos últimos 12 meses", explicou a ANS, por meio de uma nota.
O reajuste se baseia na média dos planos coletivos, que têm aumento livre.
A elevação será aplicada aos contratos com aniversário entre maio de 2010 e abril de 2011. Os clientes passarão a pagar mais no mês de aniversário do plano.

CRÍTICA
Para Daniela Trettel, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o reajuste maior que a inflação é "abusivo".
"A inflação é o índice que reajusta o salário das pessoas. Muitas terão dificuldades de manter seus planos."
A ANS fixa anualmente o reajuste dos planos individuais e familiares para evitar abusos por parte das operadoras. Isso afeta 7,4 milhões de clientes -a minoria.
A maior parte, no entanto, não tem essa proteção. São 35,4 milhões de pessoas.
Entre elas, estão os clientes dos planos coletivos (empresariais ou por adesão). Para a ANS, as empresas têm poder de negociação com as operadoras.
Também não têm o reajustes limitado pela ANS os clientes dos planos antigos -assinados antes de 1999, ano da lei dos planos.
A Folha procurou as entidades Abramge e Fenasaúde, que representam as operadoras, mas não conseguiu localizar os responsáveis.
O índice divulgado ontem é o teto. Ou seja, as operadoras que quiserem poderão aplicar reajustes menores. É possível tirar dúvidas no Disque ANS (0800-701-9656).


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