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Planos vão aumentar acima da inflação
Reajuste de convênio de saúde, de 6,73%, é maior que o IPCA de maio de 2009 a abril de 2010, que foi de 5,26%
Valor é muito próximo dos 6,76% autorizados em 2009; para o Idec,
o aumento maior que a inflação é "abusivo"
RICARDO WESTIN
MÁRCIO PINHO
DE SÃO PAULO
Os planos de saúde individuais e familiares terão as
mensalidades aumentadas
em até 6,73% neste ano. O índice foi anunciado ontem pela ANS (agência reguladora).
O aumento fica acima do
índice de inflação IPCA registrado entre maio de 2009 e
abril de 2010, de 5,26%.
Por outro lado, está muito
próximo do reajuste autorizado pela ANS no ano passado, de 6,76%.
Segundo a agência, não
houve influência da recente
ampliação da lista de procedimentos médicos e odontológicos que as operadoras estão obrigadas a oferecer. O
impacto ocorrerá no reajuste
do ano que vem.
"O índice [de 6,73%] é reflexo das variações de custo
[das operadoras] dos últimos
12 meses", explicou a ANS,
por meio de uma nota.
O reajuste se baseia na média dos planos coletivos, que
têm aumento livre.
A elevação será aplicada
aos contratos com aniversário entre maio de 2010 e abril
de 2011. Os clientes passarão
a pagar mais no mês de aniversário do plano.
CRÍTICA
Para Daniela Trettel, advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o reajuste maior que a
inflação é "abusivo".
"A inflação é o índice que
reajusta o salário das pessoas. Muitas terão dificuldades de manter seus planos."
A ANS fixa anualmente o
reajuste dos planos individuais e familiares para evitar
abusos por parte das operadoras. Isso afeta 7,4 milhões
de clientes -a minoria.
A maior parte, no entanto,
não tem essa proteção. São
35,4 milhões de pessoas.
Entre elas, estão os clientes dos planos coletivos (empresariais ou por adesão).
Para a ANS, as empresas têm
poder de negociação com as
operadoras.
Também não têm o reajustes limitado pela ANS os
clientes dos planos antigos
-assinados antes de 1999,
ano da lei dos planos.
A Folha procurou as entidades Abramge e Fenasaúde, que representam as operadoras, mas não conseguiu
localizar os responsáveis.
O índice divulgado ontem
é o teto. Ou seja, as operadoras que quiserem poderão
aplicar reajustes menores. É
possível tirar dúvidas no Disque ANS (0800-701-9656).
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