São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011

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GIICHI MAEDA (1912-2011)

Os segredos de uma confeitaria de Tupã

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Por cerca de 40 anos, em Tupã, a 514 km de São Paulo, Giichi Maeda manteve uma confeitaria. Depois que a vendeu, no começo da década de 80, nunca mais revelou qualquer receita de doce, nem mesmo para a família.
Acontece que os segredos das guloseimas foram vendidos junto com o negócio. Giichi, cumpridor fiel de sua palavra, depois de fechar o contrato manteve para sempre em sigilo as fórmulas das coberturas e, especialmente, de sua famosa massa folhada.
Imigrante japonês, ele veio sozinho ao Brasil nos anos 30. Foi trabalhar na lavoura na região de Pereira Barreto, no interior de SP.
Depois, mudou-se para Marília (SP), onde começou no ramo dos doces. Aperfeiçoou-se no ofício na Confeitaria Tartaruga, cujo dono acabaria se tornando seu sogro. Mitsue, sua mulher, era também imigrante japonesa.
Em 1941, eles decidiram viver em Tupã. Lá, Giichi montou a própria confeitaria, usando o mesmo nome da do sogro: Tartaruga. Na empresa, de caráter familiar, contava com a ajuda da mulher.
Por ter se estabelecido e conseguido criar seus filhos no Brasil, tinha um forte sentimento de gratidão com o país, como conta a família. Sentia orgulho por ter se naturalizado brasileiro. Mas o sotaque ele nunca perdeu.
No pós-guerra, voltou algumas vezes ao Japão para visitar os pais e os irmãos.
Era comunicativo e sociável, de acordo com a família, e gostava de jogar tênis.
Viúvo há quatro anos, morreu no domingo (5), aos 99 anos, de falência de órgãos. Teve quatro filhos, oito netos e seis bisnetos.

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