|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERNAMBUCO
Anvisa iniciou ontem uma inspeção no local
Polícia pede exumação de corpos dos 7 pacientes de hemodiálise
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A Polícia Civil de Caruaru (136
km de Recife, PE) solicitou ontem
ao IML (Instituto Médico Legal) a
exumação dos corpos dos sete pacientes do Centro Regional de Hemodiálise do Agreste, mortos entre os dias 15 de junho e 4 de julho.
O pedido foi feito pelo delegado
do 1º departamento regional de
polícia da cidade, Ernande Francisco da Silva. Segundo ele, a medida é necessária para que sejam
realizados exames detalhados sobre as causas das mortes.
Três enfermeiras da clínica ouvidas ontem pelo delegado afirmaram que não viam relação aparente entre as mortes e o tratamento. Entretanto, reconheceram que o número de vítimas foi
"grande" no período. Em 2002, a
clínica registrou, em média, a
morte de 2,5 pacientes por mês.
A Secretaria da Saúde de Pernambuco e a direção da clínica,
que é mantida pelo Estado, também mantiveram a versão de que
não ocorreram problemas nas
sessões de hemodiálise.
"Os pacientes morreram de
causas diversas", disse o diretor
da Vigilância Sanitária do Estado,
Jaime Brito. Ele citou casos de vítimas de supostos problemas cardíacos, cirrose hepática e traumatismo craniencefálico.
Um grupo de técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) iniciou ontem uma
inspeção no centro de hemodiálise, junto a peritos da Secretaria da
Saúde. O trabalho se concentrou
principalmente nas máquinas
que substituem os rins na filtragem do sangue dos doentes. A
checagem da qualidade da água
usada no tratamento mereceu
atenção especial.
Na "tragédia da hemodiálise",
como ficou conhecido o caso
ocorrido também em Caruaru,
em 1996, 72 pacientes do IDR
(Instituto de Doenças Renais)
morreram contaminados por toxinas produzidas por microalgas
presentes na água. O IDR fechou,
e ninguém foi punido.
Ontem, os peritos da Anvisa solicitaram os prontuários médicos
das sete vítimas e os relatórios referentes às inspeções e exames laboratoriais realizados nos equipamentos e na água. O diretor da Vigilância disse que os testes mensais não revelaram alterações no
período das mortes.
Texto Anterior: Empresa não pode mais funcionar Próximo Texto: São Paulo: Pesquisa revela diferenças entre jovens da periferia e de áreas nobres Índice
|