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São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

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PERNAMBUCO

Anvisa iniciou ontem uma inspeção no local

Polícia pede exumação de corpos dos 7 pacientes de hemodiálise

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A Polícia Civil de Caruaru (136 km de Recife, PE) solicitou ontem ao IML (Instituto Médico Legal) a exumação dos corpos dos sete pacientes do Centro Regional de Hemodiálise do Agreste, mortos entre os dias 15 de junho e 4 de julho.
O pedido foi feito pelo delegado do 1º departamento regional de polícia da cidade, Ernande Francisco da Silva. Segundo ele, a medida é necessária para que sejam realizados exames detalhados sobre as causas das mortes.
Três enfermeiras da clínica ouvidas ontem pelo delegado afirmaram que não viam relação aparente entre as mortes e o tratamento. Entretanto, reconheceram que o número de vítimas foi "grande" no período. Em 2002, a clínica registrou, em média, a morte de 2,5 pacientes por mês.
A Secretaria da Saúde de Pernambuco e a direção da clínica, que é mantida pelo Estado, também mantiveram a versão de que não ocorreram problemas nas sessões de hemodiálise.
"Os pacientes morreram de causas diversas", disse o diretor da Vigilância Sanitária do Estado, Jaime Brito. Ele citou casos de vítimas de supostos problemas cardíacos, cirrose hepática e traumatismo craniencefálico.
Um grupo de técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) iniciou ontem uma inspeção no centro de hemodiálise, junto a peritos da Secretaria da Saúde. O trabalho se concentrou principalmente nas máquinas que substituem os rins na filtragem do sangue dos doentes. A checagem da qualidade da água usada no tratamento mereceu atenção especial.
Na "tragédia da hemodiálise", como ficou conhecido o caso ocorrido também em Caruaru, em 1996, 72 pacientes do IDR (Instituto de Doenças Renais) morreram contaminados por toxinas produzidas por microalgas presentes na água. O IDR fechou, e ninguém foi punido.
Ontem, os peritos da Anvisa solicitaram os prontuários médicos das sete vítimas e os relatórios referentes às inspeções e exames laboratoriais realizados nos equipamentos e na água. O diretor da Vigilância disse que os testes mensais não revelaram alterações no período das mortes.


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