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SAÚDE
Hospital da USP pretendia passar atendimentos de baixa complexidade para ambulatórios; nova decisão exclui especialidades
HC recua e continua a atender casos simples
DA REPORTAGEM LOCAL
A secretária municipal da Saúde, Maria Cristina Cury, informou ontem à noite que o Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP recuou e decidiu
manter o atendimento de parte
dos casos simples recebidos hoje
pela instituição.
O maior hospital da América
Latina pretendia, a partir do dia 1º
de agosto, repassar todos esses
atendimentos para a rede de média e baixa complexidade, isto é,
ambulatórios de especialidades e
postos de saúde.
De acordo com Cury, que se
reuniu ontem com representantes
do Estado, o que ficou acertado é
que somente os atendimentos das
especialidades, como cardiologia,
serão encaminhados aos ambulatórios. Foram abertas 30 mil novas consultas nesta rede para dar
conta da nova demanda.
Já o atendimento de casos de
baixa complexidade que ocorre
no HC, como consultas com clínicos ou ginecologistas, não sofrerá
mudanças. Os pacientes só passarão a ser encaminhados aos postos de saúde da prefeitura a partir
de dezembro, quando termina
um processo de informatização
dessas unidades.
O HC é uma unidade de alta
complexidade -para casos de
câncer, por exemplo- vinculada
à secretaria estadual, mas desde o
fim de 2003 toda a gestão da saúde
do município está a cargo da prefeitura. Hoje o hospital atende um
total de 65 mil pessoas por mês no
setor ambulatorial e estima que
cerca de 50% dos casos sejam
simples e que esses deveriam seguir para outros locais.
Com as mudanças, o HC quer
ampliar o atendimento de novos
pacientes para 10 mil casos por
mês -hoje são 3.800. Pela proposta do hospital, a população
não poderá mais ligar para a unidade para marcar consultas.
"Tinha certeza de que não iria
dar certo da maneira como estava", afirmou Cury sobre o projeto
original do HC. A secretária disse
desconhecer quantos casos de
baixa complexidade são atendidos hoje pelo hospital.
De acordo com a secretária, esses pacientes são principalmente
pessoas que conseguiram encaminhamento ao HC e à carteira de
atendimento da unidade inicialmente por causa de algum problema sério e, com isso, passaram
também a ser direcionadas para
outros setores por causa de problemas mais simples.
Se a mudança fosse completa,
todos esses pacientes teriam de
buscar os postos e sobrecarregariam as unidades da prefeitura.
Um levantamento da administração Marta Suplicy (PT) mostrava,
no fim do ano passado, que pelo
menos um milhão de pessoas já
não tinham acesso adequado às
Unidades Básicas de Saúde.
Procurada ontem, a assessoria
de imprensa do HC informou
apenas que as negociações da unidade ocorrem por meio da secretaria estadual. A assessoria não
conseguiu localizar o representante que esteve na reunião com a
secretária.
(FABIANE LEITE)
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