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PESQUISA
Desde o começo do mês, 70 foram demitidos; governo Alckmin deixou de repassar R$ 14,5 mi de 1997 a 2004, diz instituto
Após perder verbas, IPT demite funcionários
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas), órgão que mapeia
áreas com risco de deslizamentos,
avalia combustíveis e até árvores
com risco de queda, irá diminuir
em 10% o seu quadro de pessoal,
hoje com cerca de mil funcionários. Um dos motivos para o corte
é a redução da receita destinada
pelo governo estadual, ao qual o
órgão é vinculado.
O instituto informou que, de
1997 a 2004, esses recursos caíram
34,5%, de R$ 56,5 milhões para R$
42 milhões -em números atualizados pelo índice de correção oficial do Estado, o IPC/Fipe.
A direção do IPT afirmou também que alguns serviços não precisam mais ser oferecidos pelo
instituto, pois outras empresas já
têm o domínio da tecnologia.
Um exemplo citado pelo diretor-superintendente do instituto,
Guilherme Ary Plonski, é a calibração (ajuste) de equipamentos.
As demissões, que começaram
no último dia 1º, ainda estão em
curso. Até agora, foram 70 pessoas, dos setores administrativo e
técnico. Os salários desses funcionários vão de R$ 800 a R$ 6.000.
Em protesto ao corte, o sindicato dos funcionários espalhou dez
cartazes pela cidade atacando a
gestão do governador Geraldo
Alckmin (PSDB). Em um deles,
na av. Marquês de São Vicente, lê-se: "Sabe quem ajuda a combater
a desnutrição infantil? O IPT. E o
governo quer acabar com ele".
A mensagem se refere ao trabalho que o IPT faz de encapsular
partículas microscópicas de vitaminas, que são diluídas em substâncias como leite e farinha láctea.
Procurada pela reportagem, a
Secretaria Estadual de Ciência e
Tecnologia não se pronunciou.
Prejuízo à população
Além de prestar serviços a órgãos de governo, em outras atividades, empresas são ajudadas a
desenvolver produtos.
"A população irá sentir os efeitos desse corte", afirmou o representante sindical dos funcionários, Régis Carvalho. "Perdemos
gente com 20 anos de casa. Principalmente na área técnica, eles farão muita falta."
A associação afirma que o setor
que teve o maior número de demissões foi a geologia, com redução de 17% da folha de pagamento. "Trabalhos como verificação
de áreas de risco em época de chuva serão prejudicados", afirmou o
representante da associação.
O diretor-superintendente do
instituto negou que a população
será afetada e disse desconhecer o
corte na área de geologia. "Mesmo se houve, o serviço será mantido com a mesma qualidade."
O representante dos funcionários afirmou ainda que já estão
programados mais cortes de pessoal em 2006, na casa dos 5%.
O diretor-superintendente do
instituto confirmou que haverá
mudanças nos quadros de pessoal. Mas, segundo ele, a medida
faz parte dos ajustes de atividades
do órgão.
No vermelho
De acordo com o relatório da
administração, o IPT fechou o
ano passado com prejuízo de quase R$ 4 milhões.
O governo de Alckmin destinou
R$ 44 milhões ao órgão. Outros
R$ 52 milhões foram obtidos com
a prestação de serviços e venda de
produtos.
Uma das parcerias do instituto
visa ajudar micro e pequenas empresas exportadoras.
O IPT, além disso, ajuda na
adaptação dos produtos em relação à qualidade e ao atendimento
de normas técnicas em vigor. De
1999 até o ano passado, foram
analisados 550 produtos.
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