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CONSUMO
Número ideal é 40 pessoas, segundo o próprio Departamento Nacional de Produção Mineral, responsável pela atividade
Só 7 fiscais cuidam da água mineral em SP
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apenas sete pessoas fiscalizam a
captação e o engarrafamento de
água mineral em todo o Estado de
São Paulo, que responde por 41%
da produção do país (ou 1,7 bilhão de litros por ano). Para exercer a função, seriam necessárias
40 pessoas, segundo o próprio departamento responsável.
A fiscalização é feita por técnicos do DNPM (Departamento
Nacional de Produção Mineral),
órgão vinculado ao governo federal, mas o último concurso público para admitir servidores para
atuar no órgão ocorreu em 1977.
Além de controlar a água mineral,
os funcionários também fiscalizam a extração de areia e todo o tipo de exploração de minérios.
"A água é o único minério que
serve como alimento, por isso é
muito importante controlar se o
poço de onde é retirada tem a assepsia adequada e se a água foi
contaminada com resíduos das
atividades agropastoris ou por esgoto, por exemplo", disse o geólogo Enzo Luís Nico Júnior, chefe
do departamento em São Paulo. A
contaminação pode ocorrer também durante o engarrafamento
ou depois desse processo.
"Aquele garrafão azul de 20 litros é muito poroso e tem grande
chance de contaminação num
posto de gasolina. Se um frentista
encostar a mão com óleo no garrafão, o risco é alto", afirmou.
A precariedade do órgão levou
inclusive o Ministério Público Federal a recomendar uma reestruturação do departamento. A Procuradoria pede aumento do número de funcionários, a criação
de uma força-tarefa para agilizar a
análise de processos pendentes
(como autorizações para exploração) e uma equipe especializada
para cuidar da água mineral.
O órgão precisa responder ao
Ministério Público Federal em 45
dias, do contrário pode ser instaurada uma ação civil pública. "Na
prática, a fiscalização da água não
está sendo feita. Não existe ninguém especializado nessa questão
no departamento", diz o procurador da República Márcio Schusterchitz da Silva Araújo, 29. Segundo ele, caso não tome providências, o órgão será responsabilizado por eventuais danos.
Segundo o procurador, os poucos funcionários existentes em
São Paulo não passam por treinamentos ou reciclagens. Outros
problemas encontrados pela Procuradoria foram a falta de equipamento laboratorial para análises e
instrumentos para fotos aéreas.
Segundo ele, a situação não é
ruim apenas em São Paulo: do total a ser fiscalizado sobre exploração mineral nos 25 distritos do
país, só 5,92% foi realmente feito.
Solução
O chefe do departamento em
São Paulo crê que será realizado
um concurso no segundo semestre. "O governo deu um grande
passo no ano passado ao criar o
plano de cargos e salários. Sem isso, não havia condições de ter um
concurso. Agora, acredito que em
agosto ele já possa ocorrer", afirmou Enzo Luís Nico Júnior.
Segundo ele, a situação foi herdada de outros governos. Ele disse
que esporadicamente são feitos
mutirões, quando há técnicos disponíveis em outros distritos.
O Procon-SP disse que não ter
recebido neste ano nenhuma reclamação sobre a água mineral. A
Secretaria de Estado da Saúde informou que, de 33 amostras do
produto colhidas de 2002 a 2003,
seis foram consideradas insatisfatórias. Em duas havia contaminantes acima do limite tolerado.
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