DO "AGORA"

O atendente Irineu Euzébio de Melo, 30, fez uma peregrinação ontem por hospitais da zona sul de São Paulo em busca de notícias de sua mulher, a estudante de ciências contábeis Anni Chelle Marcial da Silva Melo, 26.
Só depois de passar por seis hospitais e ir quatro vezes à delegacia ele soube que havia uma mulher sem identificação no hospital Regional Sul, onde já tinha estado. Ali descobriu que sua mulher morrera de traumatismo craniano.
Anni foi a única vítima fatal do acidente com o ônibus biarticulado, ontem de manhã, que deixou cerca de 50 feridos.
Ele soube do acidente por uma outra passageira, que achou dentro do ônibus a bolsa de Anni, com os documentos, e telefonou para avisar. Ao saber da notícia, Irineu ligou a TV e, ao ver a gravidade do acidente, saiu em busca da mulher. "Em cada hospital diziam que não tinha nenhuma Anni, nenhuma jovem", disse Irineu, que se desesperou ao reconhecer o corpo da mulher.
Mineira, Anni mudou para São Paulo há sete anos e era casada havia três. Todos os dias ela pegava a linha Terminal Capelinha/Largo São Francisco para ir até um escritório de contabilidade em Moema (zona sul), onde fazia estágio.
(GIOVANNA BALOGH)


Texto Anterior: Ônibus se parte, mata 1 e fere 50 pessoas
Próximo Texto: Mortes
Índice