FÁBIO GRELLET
DO "AGORA"

A queda-de-braço entre o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo envolvendo a circulação de ônibus intermunicipais pelo Passa-Rápido Jardim Ângela-Guarapiranga-Santo Amaro, na zona sul, terminará hoje.
A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), vai aceitar a proposta da prefeitura de que coletivos municipais "assumam" a viagem, dentro de São Paulo, desses passageiros, que fariam baldeações gratuitas em terminais.
Pela proposta da Secretaria Municipal dos Transportes, os passageiros vindos de Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu (Grande SP) pagarão R$ 1,70 à EMTU -e não mais até R$ 2,30, dependendo do trajeto. Serão levados até o terminal Jardim Ângela, na zona sul, e dali embarcarão nos ônibus municipais para outros destinos na capital, sem pagar outra tarifa.
No retorno, o passageiro pagará R$ 1,70 nos ônibus municipais, descerá no terminal e dali seguirá, sem tarifa adicional, em ônibus da EMTU de volta à sua cidade.
A prefeitura alega que a medida reduzirá o número de veículos em circulação e beneficiará o passageiro, que poderá economizar até R$ 1,20 por dia.

Tamanho
"Essa solução só não foi aceita antes porque tínhamos dúvidas se o terminal Jardim Ângela seria capaz de atender a toda a demanda. Mas hoje parece ser a solução mais adequada, até porque vai oferecer ao passageiro um leque maior de roteiros", disse o presidente da EMTU, Joaquim Lopes.
Ele diz que só tem receio quanto aos passageiros que vão ao metrô São Judas, já que não existe linha seguindo do Jardim Ângela para esse destino. Por isso, é possível que alguns ônibus intermunicipais façam o trajeto completo, usando o desvio imposto pela Prefeitura de São Paulo.
Em pouco tempo, porém, segundo Lopes, os ônibus intermunicipais poderão usar os corredores, pois ganharão portas à esquerda. Em 30 dias, a EMTU vai dispor de 120 ônibus desse tipo.
A confusão começou na semana passada, às vésperas da inauguração do Passa-Rápido Jardim Ângela-Guarapiranga-Santo Amaro. Nesse corredor, os ônibus municipais, que têm portas dos dois lados, circulam pela pista à esquerda, que se tornou exclusiva.
Para deixar as demais pistas livres para automóveis, a prefeitura determinou que os ônibus intermunicipais, que só têm portas à direita, mudassem de itinerário. Na última segunda-feira, alguns veículos chegaram a ser barrados no novo corredor. Mas o trajeto imposto pela prefeitura, que é quem legisla sobre o trânsito no município, aumenta o itinerário em 4 km e estende o tempo de viagem por mais 30 minutos.
A EMTU, então, determinou que os motoristas desobedecessem a ordem e fizessem o trajeto original. Com isso, em vias como as avenidas Guarapiranga e Vítor Manzini e a estrada do M'Boi Mirim, os carros passaram a disputar espaço com os ônibus municipais -que ocupam a faixa à esquerda- e os intermunicipais -à direita. A EMTU chegou a pensar em recorrer à Justiça.


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