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Apesar de verba, Saulo continua no cargo
Secretário da Segurança afirmou que deixaria pasta caso governo federal liberasse imediatamente dinheiro para crise
Planalto repassou
R$ 40 milhões de um total
de R$ 107 milhões definidos
em medida provisória, de
julho, após ataques do PCC
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal transferiu
ontem para o governo do Estado de São Paulo R$ 44 milhões
para a aquisição de equipamentos de segurança e inteligência
para as penitenciárias paulistas. Apesar da liberação da verba, a medida não deve pôr um
ponto final no bate-boca envolvendo o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro
Abreu Filho, e o governo Lula.
Saulo -que disse que deixaria o cargo caso a promessa de
transferência imediata de recursos para São Paulo fosse
cumprida- voltou a negar ontem a sua saída.
No começo da semana, em
entrevista, desafiou o ministro
da Justiça, Márcio Thomaz
Bastos, a liberar os recursos.
"Se o que ele disse acontecer,
me calo e entrego o cargo. Agora, se não, ele entrega o cargo
antes do dia 31, porque depois
que acabar o governo não vale."
Thomaz Bastos, por outro lado, disse que a liberação não
havia ocorrido por falta de projetos e documentos do Estado
de São Paulo. Em reunião entre
os dois governos, ocorrida anteontem em Brasília, foi definida a liberação de verbas e projetos a serem executados. Em 14
de julho, Medida Provisória definiu em R$ 107 milhões a verba
para a segurança de São Paulo.
Desse total, além dos R$ 44
milhões liberados, o governo
federal empenhou outros R$
36 milhões (reservou a verba),
que, no entanto, ainda depende
da aprovação de projetos ou de
licitação para ser liberado.
Ontem, Saulo passou a manhã e a tarde na secretaria, em
reuniões internas, segundo a
versão oficial. Questionada sobre por que Saulo não participou, por exemplo, de evento no
qual as gestões Lula (PT) e
Lembo (PFL) fecharam acordo
na área de segurança, a assessoria de imprensa dele informou
inicialmente que o secretário
não foi convidado e que procura comparecer somente aos lugares para os quais é chamado.
Às 21h20, a assessoria divulgou uma nova versão: disse que
houve esse convite, mas que,
por ser uma solenidade militar,
Saulo indicou o coronel Elizeu
Eclair Teixeira Borges para representá-lo.
O secretário não quis dar entrevista, mas ressaltou, pela assessoria de imprensa, que a
promessa de Márcio Thomaz
Bastos era fornecer dinheiro
inclusive para a "reconstrução"
de presídios em São Paulo, ou
seja, para reformá-los, e não só
para erguer novas unidades, como deve ocorrer.
Ontem, ao ser informado que
os recursos já estavam à disposição, a assessoria de Saulo
acrescentou que não adiantaria
porque a verba não pode ser
gasta, já que depende de licitação -algo que deve ser viabilizado apenas no ano que vem.
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