São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2007

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Alegrias superam dificuldades, diz professor com três filhos

DA REPORTAGEM LOCAL

Foi só quando descobriram que o Pinóquio também não tem mãe que Letícia, 8, Lucas, 6, e Túlio, 5, pararam de questionar o pai adotivo porque ele não havia se casado. O professor universitário mineiro José Heleno Ferreira, 42, já viveu com uma mulher por muitos anos mas, ao descobrir que não poderiam ter filhos biológicos, ela não aceitou a adoção.
"Ela queria, antes, um filho biológico e eu até comecei o processo de fertilização artificial, mas não consegui chegar ao fim. Achei tudo muito frio, muito científico."
Com o tempo, o casal se separou, mas a vontade de ser pai não diminuiu. Ele se decidiu, então, a adotar um menino de até dois anos.
Depois de ter passado pelas entrevistas, em 2005, ele estava apto à adoção. Esperou, então, que encontrassem uma criança que tivesse o perfil.
"No meio do ano, me ligaram do fórum dizendo que havia dois meninos, irmãos, com três e quatro anos. Eu topei na hora e fui conhecê-los", conta.
No meio do processo, porém, apareceu também Letícia, a irmã mais velha que estava sendo colocada para adoção. José Heleno decidiu ficar com os três.
No começo, sua vida virou de cabeça para baixo. "Eu acordava dez minutos antes de trabalhar. Coisas de solteiro", conta. O mais difícil, no entanto, não é a rotina, mas o preconceito.
"Somos de cores diferentes. Um dia, a Letícia chegou chorando e perguntou se eles eram meninos de rua. Foi um momento triste, mas as alegrias são bem maiores." (DT)


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