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Alegrias superam dificuldades, diz professor com três filhos
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi só quando descobriram
que o Pinóquio também não
tem mãe que Letícia, 8, Lucas,
6, e Túlio, 5, pararam de questionar o pai adotivo porque ele
não havia se casado. O professor universitário mineiro José
Heleno Ferreira, 42, já viveu
com uma mulher por muitos
anos mas, ao descobrir que não
poderiam ter filhos biológicos,
ela não aceitou a adoção.
"Ela queria, antes, um filho
biológico e eu até comecei o
processo de fertilização artificial, mas não consegui chegar
ao fim. Achei tudo muito frio,
muito científico."
Com o tempo, o casal se separou, mas a vontade de ser pai
não diminuiu. Ele se decidiu,
então, a adotar um menino de
até dois anos.
Depois de ter passado pelas
entrevistas, em 2005, ele estava
apto à adoção. Esperou, então,
que encontrassem uma criança
que tivesse o perfil.
"No meio do ano, me ligaram
do fórum dizendo que havia
dois meninos, irmãos, com três
e quatro anos. Eu topei na hora
e fui conhecê-los", conta.
No meio do processo, porém,
apareceu também Letícia, a irmã mais velha que estava sendo
colocada para adoção. José Heleno decidiu ficar com os três.
No começo, sua vida virou de
cabeça para baixo. "Eu acordava dez minutos antes de trabalhar. Coisas de solteiro", conta.
O mais difícil, no entanto, não é
a rotina, mas o preconceito.
"Somos de cores diferentes.
Um dia, a Letícia chegou chorando e perguntou se eles eram
meninos de rua. Foi um momento triste, mas as alegrias
são bem maiores."
(DT)
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