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80 ônibus são apedrejados
após paralisação em Manaus
Motoristas fecharam as vias de acesso ao centro
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Pelo menos 80 ônibus foram
apedrejados e dois incendiados
por usuários de transporte coletivo, ontem de manhã, em
Manaus (AM). Segundo a PM,
eles se revoltaram contra uma
paralisação de motoristas.
O tumulto começou por volta
das 6h, quando motoristas de
uma empresa de ônibus fecharam as principais vias que dão
acesso ao centro da cidade. Eles
interditaram as ruas com ônibus articulados, que tiveram
pneus e motores danificados. A
Polícia Militar foi acionada e
500 policiais acompanharam a
manifestação.
O Sindicato dos Trabalhadores Coletivos afirma que interrompeu o sistema, que transporta cerca de 800 mil pessoas
por dia, por causa da demissão
de 300 funcionários na empresa Cidade de Manaus, de propriedade do empresário Baltazar José de Souza, que também
atua no sistema de transportes
de São Paulo.
O comandante da PM, coronel Wilson Martins, negou que
o tumulto tenha começado porque policiais teriam atirado para conter a população, como divulgou o sindicato. "É mentira
desses baderneiros [os motoristas]. A população ficou revoltada e apedrejou os ônibus",
afirmou.
Tratores
A polícia só conseguiu retirar
os ônibus com auxílio de tratores. As ruas começaram a ser liberadas às 9h.
De acordo com o vice-presidente do sindicato, Elcio Campos, os motoristas também solicitaram que a Prefeitura de Manaus, que contratou a empresa Cidade de Manaus, cobrasse da companhia os salários e as rescisões contratuais atrasadas.
O prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB), afirmou que
a prefeitura não vai intervir na
empresa. O prefeito disse ainda
que os 300 funcionários demitidos seriam remanejados para
outra empresa.
"Essa paralisação dos motoristas é uma manobra do sindicato com o grupo Baltazar, que
está acostumado a fazer essa
mesma papagaiada em São
Paulo. Aqui não terá intervenção", afirmou Serafim Corrêa.
Um dos sócios da empresa
Cidade de Manaus, Baltazar José de Souza Júnior, negou que
os salários da empresa e as rescisões estejam atrasados e afirmou que a paralisação é de responsabilidade do sindicato.
Colaborou CÍNTIA ACAYABA , da Agência Folha
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