São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2007

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80 ônibus são apedrejados após paralisação em Manaus

Motoristas fecharam as vias de acesso ao centro

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Pelo menos 80 ônibus foram apedrejados e dois incendiados por usuários de transporte coletivo, ontem de manhã, em Manaus (AM). Segundo a PM, eles se revoltaram contra uma paralisação de motoristas.
O tumulto começou por volta das 6h, quando motoristas de uma empresa de ônibus fecharam as principais vias que dão acesso ao centro da cidade. Eles interditaram as ruas com ônibus articulados, que tiveram pneus e motores danificados. A Polícia Militar foi acionada e 500 policiais acompanharam a manifestação.
O Sindicato dos Trabalhadores Coletivos afirma que interrompeu o sistema, que transporta cerca de 800 mil pessoas por dia, por causa da demissão de 300 funcionários na empresa Cidade de Manaus, de propriedade do empresário Baltazar José de Souza, que também atua no sistema de transportes de São Paulo.
O comandante da PM, coronel Wilson Martins, negou que o tumulto tenha começado porque policiais teriam atirado para conter a população, como divulgou o sindicato. "É mentira desses baderneiros [os motoristas]. A população ficou revoltada e apedrejou os ônibus", afirmou.

Tratores
A polícia só conseguiu retirar os ônibus com auxílio de tratores. As ruas começaram a ser liberadas às 9h. De acordo com o vice-presidente do sindicato, Elcio Campos, os motoristas também solicitaram que a Prefeitura de Manaus, que contratou a empresa Cidade de Manaus, cobrasse da companhia os salários e as rescisões contratuais atrasadas.
O prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB), afirmou que a prefeitura não vai intervir na empresa. O prefeito disse ainda que os 300 funcionários demitidos seriam remanejados para outra empresa.
"Essa paralisação dos motoristas é uma manobra do sindicato com o grupo Baltazar, que está acostumado a fazer essa mesma papagaiada em São Paulo. Aqui não terá intervenção", afirmou Serafim Corrêa.
Um dos sócios da empresa Cidade de Manaus, Baltazar José de Souza Júnior, negou que os salários da empresa e as rescisões estejam atrasados e afirmou que a paralisação é de responsabilidade do sindicato.


Colaborou CÍNTIA ACAYABA , da Agência Folha


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