São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2008

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Médicos faltam a plantão, e ponto é quebrado

Governo do Rio diz que profissionais resistem à implantação de ponto eletrônico, ocorrida no dia 1º

DA SUCURSAL DO RIO

A Secretaria de Estado da Saúde do Rio abrirá sindicância para apurar o motivo de médicos terem faltado ao plantão em dois hospitais públicos da zona oeste da capital no último fim de semana, após a implementação do ponto biométrico (por impressão digital).
No hospital Rocha Faria, o ponto foi destruído, o que foi classificado pelo secretário Sérgio Côrtes como um ato de "vandalismo". Sobre os médicos que o governo diz terem faltado, o governador Sérgio Cabral afirmou que isso é uma "covardia com a população".
Além do Rocha Faria, foi verificada também falta de médicos sem aparente justificativa no hospital Pedro 2º.
A secretaria divulgou nota ontem dizendo que "o problema se agravou a partir de 1º de agosto, quando foi implantado o ponto eletrônico nos hospitais de emergência da rede estadual para o controle dos profissionais ligados às cooperativas". Segundo a nota, está havendo resistência de parte dos profissionais à medida.
Em entrevista à Rádio CBN, Côrtes disse que os médicos poderão ser demitidos. "A única justificativa plausível para quem falta ao plantão numa emergência onde tem crianças e adultos para serem atendidos é doença. Se não for esse o caso, daremos direito de defesa, mas demitiremos." Segundo ele, apenas um dos quatro pediatras foi trabalhar no Pedro 2º. A secretaria não informou quantos médicos faltaram no total.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze, a falta de médicos acontece porque o governo optou por contratar profissionais por meio de cooperativas, em vez de abrir concursos. "Os médicos de cooperativas têm alta rotatividade e menos compromisso com a administração pública do que um concursado."
Para Márcia Araújo, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio, o governo tenta pôr a culpa do problema crônico de falta de médicos nos profissionais. "Desde que o governador tomou posse que faltam médicos em emergências nos finais de semana. Médico nunca resistiu a ponto, desde que tenha salário e condições de trabalho, mas o governo paga muito mal, atrasa salários, e esses cooperativados nem sequer têm vínculo empregatício."


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