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Planos ruins atendem 23% dos usuários, afirma ANS
Cerca de 9 milhões de clientes são atendidos por operadoras insatisfatórias
Segundo a Agência Nacional de Saúde, 49,7% dos planos de saúde oferecem serviços abaixo do nível que é considerado satisfatório
DA SUCURSAL DO RIO
Os planos de saúde médico-hospitalar mal avaliados pela
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) atendem a
23% dos usuários desse serviço,
apontou pesquisa do órgão realizada com dados do ano passado. De acordo com a agência,
são pouco mais de 9 milhões de
clientes atendidos por operadoras consideradas insatisfatórias pela análise.
Na avaliação por empresa, o
diagnóstico da ANS mostra que
quase a metade (49,7%) das
operadoras oferece serviços
abaixo do nível considerado satisfatório pela agência.
Entre os planos odontológicos, os beneficiários contam
com um atendimento melhor,
embora a oferta seja proporcionalmente pior se comparada ao
médico-hospitalar.
Enquanto 17,7% dos usuários
(1,4 milhão de pessoas) desses
planos são atendidos por operadoras consideradas ruins, a
oferta de serviço insatisfatórios, na análise da ANS, é de
60,9% do total.
Atualmente, 50,2 milhões de
pessoas são beneficiárias de
planos médico-hospitalar e/ou
odontológico. O serviço é oferecido por 1.707 operadores. A
pesquisa da agência atingiu
1.480 empresas, com 47,5 milhões de usuários.
Na avaliação do diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira
dos Santos, ter 23% dos usuários em planos médico-hospitalares considerados insuficientes "mostra que temos um
caminho longo a percorrer, do
ponto de vista de melhorar a
performance do setor".
A reportagem procurou a
Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo) e a
Federação Nacional de Saúde
Suplementar para comentar os
dados, mas não houve resposta
até a conclusão desta edição.
A avaliação da ANS considerou 31 indicadores divididos
em quatro seções: atenção à
saúde, capacidade econômico-financeira, estrutura e operação e satisfação dos beneficiários. O resultado é o Índice de
Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), que varia de 0 a
1, sendo 1 a melhor avaliação.
O resultado, disponível no site da agência, divide os operadores em cinco categorias: 1 a
0,8; 0,79 a 0,6; 0,59 a 0,4; 0,39 a
0,2; 0,19 a 0. As duas últimas
são consideradas insatisfatórias pelo órgão.
De acordo com o diretor-presidente da ANS, a atenção à
saúde e as garantias financeiras
das empresas foram os quesitos
que puxaram para baixo a nota
das operadoras.
Segundo ele, ainda há "alta
taxa de cesariana, um grande
conjunto de diabéticos evoluindo para amputação, hipertensos evoluindo para problemas cardiovasculares mais graves, extração de muitos dentes
em vez da prevenção".
"Do ponto de vista econômico é basicamente a questão da
constituição das garantias financeiras, reservas adequadas
para o tamanho da sua carteira
e fazer frente a eventuais sazonalidades", diz Santos. Essas
reservas são importantes para
caso de crescimento repentino
na demanda por serviços, como
em caso de epidemia.
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