São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2011

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Situação do ensino técnico é "alarmante", diz governo

Proposta de reajuste enviada à Assembleia diz que há perda de docentes

Se aprovado o projeto, reajuste será de 25%; governo diz que salários não são competitivos com as demais escolas

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Escolas técnicas e faculdades tecnológicas estaduais de São Paulo oferecem salários defasados a seus funcionários e enfrentam perda "alarmante" de servidores em algumas regiões.
A situação foi admitida pela própria gestão Geraldo Alckmin (PSDB) em texto enviado à Assembleia, no qual apresenta proposta de correção salarial a profissionais do Centro Paula Souza (que administra as Etecs e Fatecs).
Na justificativa do projeto, a Secretaria de Desenvolvimento diz que os salários na rede chegam a ser inferiores "à metade do que pagam as demais instituições", como institutos federais, Sistema S e universidades públicas.
Se aprovada a proposta, o salário do professor iniciante de escola técnica (200 horas/mês), subirá 25% -de R$ 2.000 para R$ 2.500.
Expandir e melhorar Etecs e Fatecs foram bandeiras da campanha de Alckmin.
Segundo a pasta, o plano diminuirá "a rotatividade hoje existente em nossos quadros pela falta de competitividade de nossos salários".
Afirma ainda que "temos perdido colaboradores de uma forma que chega a ser alarmante em algumas regiões do Estado."
Em nota, o Paula Souza diz que a "rotatividade a que o texto diz respeito é reportada por algumas unidades". E que o número de professores subiu 5% entre 2009 e 2010.
"Só neste semestre, saíram três professores", diz um estudante do curso de rede de computadores da Fatec Indaiatuba (interior de SP).
"Todo semestre tem saída de professores excelentes e entrada de alguns não tão bons", afirma outro aluno.
O Paula Souza diz que os docentes que se desligaram da unidade atuavam em "caráter emergencial" e que está em curso um processo de contratação de professores.
Para Silvia Elena de Lima, do sindicato da categoria, "o plano de reclassificação salarial é uma afronta, não vai segurar ninguém". Ela diz que pode haver nova greve. Em maio, já houve paralisação.


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