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VIOLÊNCIA
Ladrões assassinaram cinco pessoas, roubaram US$ 5.000 e incendiaram sobrado na zona leste de São Paulo
Família de decasségui é torturada e morta
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Cinco pessoas da mesma família, de origem japonesa, foram
mortas na própria casa na manhã
de ontem, depois de terem sido
torturadas durante toda a madrugada por dois homens armados.
Os criminosos, que conseguiram
fugir levando US$ 5.000, invadiram a casa -um sobrado simples
na rua Gaturamos, na Vila Nova
Curuçá (zona leste da capital)-
por volta das 20h de sábado.
Após pegarem os dólares da família, trazidos pelos irmãos Nilton Takashi e William Jun -que
haviam chegado do Japão na manhã de anteontem-, os bandidos
reviraram toda a casa atrás de
mais dinheiro e objetos de valor.
Ao não encontrar, os ladrões
torturaram o casal de aposentados Tadashi e Futaba Yonekura,
seus dois filhos recém-chegados
do Japão, a irmã deles, Fatima, 31,
e a mulher de William -o único
adulto que sobreviveu às agressões- , Erica Akemi Miyamoto,
28. Apenas o filho deste casal, de
11 meses, foi poupado. Na ação, os
criminosos atearam fogo na casa.
De acordo com Claudinéia Santos, 38, vizinha da família, o filho
William de Futaba e Tadashi era
decasségui (estrangeiro descendente de japoneses que trabalha
no Japão). "Ele só voltava para
passar férias. A dona Futaba sempre falava do Japão, de seus familiares que estavam por lá. Mesmo
o bebê não morava aqui com eles.
É capaz que ela o tivesse conhecido só nesses dias mesmo", disse.
Erica foi assassinada com um tiro na cabeça dentro do carro da
família, um Gol prata que estava
no quintal da casa. Seu bebê, sem
ferimentos, foi deixado no seu colo. Nilton foi encontrado na sala.
Ele havia levado um tiro na cabeça, coronhadas e estava amordaçado, com os olhos vendados e
com correntes nas pernas.
Tadashi, Futaba e Fatima foram
encontrados amarrados no primeiro andar da casa. Os bandidos
fizeram uma barreira com móveis
na escada que dá acesso aos quartos e atearam fogo. William, que
estava no quintal, também foi
amarrado e golpeado na cabeça.
A polícia e os bombeiros foram
chamados por vizinhos, que se assustaram com a fumaça vinda da
casa da família Yonekura na manhã de ontem (leia texto ao lado).
Segundo o tenente Chenk, ainda era possível ouvir os gritos vindos do primeiro andar da casa.
"Infelizmente, eles fizeram uma
barreira muito grande de móveis,
e nós não conseguimos ultrapassá-la a tempo", contou.
Nilton e Erica foram levados para o hospital, mas não resistiram.
William e seu filho estavam em
hospitais separados e até o início
da noite de ontem não foram procurados por familiares. O caso foi
registrado no 67º DP (Jardim Robru) e será investigado pelo
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
(VICTOR RAMOS e MARINA YACABE)
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