São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2006

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Namorada diz que fará lista de inimigos

Caio Guatelli/Folha Imagem
A advogada Carla Cepollina deixa a sede do DHPP, na região central, após conversar informalmente com policiais na manhã de ontem


Carla Cepollina afirma que quer colaborar com a polícia nas investigações sobre o assassinato do coronel Ubiratan

Em entrevista à Folha, advogada diz que eles iriam oficializar relacionamento após as eleições e que preferiu não ir ao enterro

DA REPORTAGEM LOCAL

A advogada Carla Cepollina, namorada do coronel Ubiratan, disse que iria passar a tarde de ontem dando início a uma lista de inimigos do namorado. Ela acredita que, assim, irá ajudar nas investigações sobre o assassinato dele. "Só quero que descubram logo o que aconteceu", afirmou. Em rápida entrevista à Folha, por telefone, Carla disse que não se sentia insegura ao lado do namorado e que os dois iam morar juntos logo após as eleições -ela, segundo a mãe, trabalhava ativamente na campanha dele à reeleição. Respondendo algumas vezes de forma monossilábica, Carla recusou-se a falar sobre as hipóteses do crime. Após depor informalmente sobre o caso, pela manhã, na sede do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), na rua Brigadeiro Tobias (centro), ela foi ao velório, onde ficou por pouco tempo. Mas preferiu não ir ao enterro. "Quero que respeitem minha hora do sofrer", justificou.

 

FOLHA - O coronel Ubiratan Guimarães vinha sofrendo algum tipo de ameaça?
CARLA CEPOLLINA
- Ele não me contava sobre as ameaças. Sei que, há cerca de um mês, mais ou menos, pediu para um dos filhos não dormir mais no seu apartamento porque podia ser perigoso. Fiquei sabendo e troquei todas as fechaduras.

FOLHA - Você tinha medo de ficar ao lado dele?
CARLA
- Não tinha.

FOLHA - Como era sua relação com a família dele?
CARLA
- Era ótima, me dava bem com os três filhos [Ubiratan era viúvo]. Tanto que, após as eleições, íamos morar juntos e oficializar nosso relacionamento.

FOLHA - O que você acha que pode ter acontecido?
CARLA
- Não sei. Se tivesse câmera no prédio [dele, onde ocorreu o crime], ajudaria. Só quero que descubram logo o que aconteceu. Estou fazendo uma lista com o nome dos seus inimigos e possíveis suspeitos, ele tinha vários. Quero colaborar com a polícia.

FOLHA - Você vai ao enterro?
CARLA
- Não. Quero que respeitem minha hora do sofrer.

(DANIELA TÓFOLI)


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