|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pior escola de SP perde computadores com chuva
Com o temporal, dois andares da escola recém-reformada foram tomados pela água
Colégio tem o mais baixo desempenho nos indicadores de qualidade; 93,4% dos alunos não obtiveram o nível adequado em português
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
FABIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
As chuvas desta semana deixaram ainda pior a situação daquela que é considerada a pior
escola de São Paulo, localizada
no pior bairro da cidade.
Na terça passada, dois dos
três andares da escola estadual
Dr. Genésio de Almeida Moura
foram tomados por água. Livros didáticos e computadores
foram danificados. O colégio
tem o mais baixo desempenho
segundo indicadores de qualidade de ensino do Estado.
A escola fica no Jardim Damasceno, em Brasilândia, zona
norte. De acordo com o DNA
Paulistano, o levantamento
mais detalhado já realizado pelo Datafolha sobre a vida na cidade, o bairro é o que mais
apresenta problemas.
O colégio estava em reforma.
Uma obra no telhado havia acabado de ser concluída. Conforme relataram funcionários, telhas danificadas e calhas sujas
foram as causas do incidente.
Ao todo, sete salas foram alagadas. Além da biblioteca e da
sala de informática, as salas de
aula da sétima série, a diretoria,
a secretaria e os banheiros foram tomados pela água. As aulas foram suspensas e, segundo
alunos, retomadas só ontem.
Nas salas de aula, as marcas
da enchente estão no teto, de
onde ainda se desprendem algumas gotas. Nas salas de informática e na biblioteca, mais
marcas de infiltração. Dezenove computadores adquiridos
em 2008 pelo programa Acessa
Escola foram danificados. Segundo a direção do colégio, as
razões do alagamento das instalações estão sendo apuradas.
A escola teve o pior desempenho de 1ª a 4ª séries da capital
no indicador de qualidade do
governo estadual, divulgado no
início do ano. Numa escala de 0
a 10, tirou 1,08 (considera conhecimento dos alunos e taxas
de reprovação); 93,4% dos alunos não obtiveram o nível adequado em língua portuguesa.
À época, pais de alunos relataram que havia ratos no local,
pombos no refeitório e uso de
drogas no colégio. Após a divulgação dos resultados do exame,
o governo assinou contrato para a reforma da unidade, no valor de R$ 293 mil, com a empresa de engenharia Lopes Kalil.
Uma placa foi colocada no
colégio para anunciar a obra.
Um dos itens a serem executados foi "revisão da cobertura,
com substituição de telhas [...]".
Em agosto, a Folha revelou que
o Tribunal de Contas do Estado
apontou problemas em várias
reformas de escolas estaduais.
Texto Anterior: Há 50 Anos Próximo Texto: Sem eletricidade, produtores do oeste de SC jogam leite fora Índice
|