São Paulo, sábado, 12 de setembro de 2009

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Transferências não param ataques na Bahia

Após o governo estadual mandar 14 traficantes para presídios federais, mais 2 ônibus foram queimados em Salvador

Em 5 dias, foram atacados 16 ônibus e 9 postos da PM; secretário da Segurança diz que delegacias podem ser os novos alvos dos criminosos

Antonio Queirós/"Correio da Bahia"
Ônibus incendiados durante onda de ataques em Salvador; governo diz que atentado ocorreram após transferência de traficante

MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

A transferência, anteontem, de 14 presos ligados ao tráfico de drogas para presídios federais de segurança máxima não impediu novos ataques na periferia de Salvador. Na madrugada de ontem, um ônibus foi incendiado no bairro de Águas Claras, mas ninguém se feriu.
Anteontem à noite, outro ônibus já havia sido queimado no bairro de Pero Vaz. Nos últimos cinco dias, dez suspeitos de ligação com os ataques morreram em confrontos com a polícia, três policiais ficaram feridos, 19 suspeitos foram presos, 16 ônibus, incendiados, e nove postos da PM, destruídos.
Segundo o governo, os ataques são retaliações à transferência do traficante Cláudio Campanha para um presídio federal em Campo Grande (MS), na semana passada. Ele é apontado como chefe da facção criminosa Comissão da Paz.
O secretário da Segurança Pública, César Nunes, disse ontem que o serviço de inteligência da Polícia Civil detectou a possibilidade de que as delegacias de polícia se tornem os novos alvos de atentados.
Ele avalia que as ordens para os ataques foram passadas antes das transferências dos presos e que "há ainda muitos liderados nas ruas e nos presídios".
Nunes disse que o policiamento foi reforçado nas 40 delegacias da região metropolitana de Salvador e descartou novos esvaziamentos, como os que ocorreram nos postos policiais após os ataques iniciais.
No início da semana, o secretário admitiu também que sabia da possibilidade de atentados aos postos da PM, três dias antes das primeiras ocorrências. Três policiais foram baleados nessas ações, mas ninguém corre risco de morte.
"É uma guerrilha. Eles escolhem os alvos aleatoriamente. E nós não temos como colocar um policial em cada ônibus", disse. Questionado sobre a possibilidade de o governo do Estado solicitar agentes da Força Nacional de Segurança ao governo federal, Nunes não descartou a ideia, mas disse que não vê necessidade até agora.
Anteontem, o governador Jaques Wagner (PT) afirmou em entrevista que "essa guerra é sem trégua, sem fronteira e prolongada", mas que a polícia está agindo dentro da lei.
O secretário disse também que o policiamento continuará reforçado em Salvador no fim de semana. Para tentar conter os ataques, as rondas serão feitas todo o dia em 24 regiões da cidade, com a ajuda de 14 guarnições do interior do Estado.


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