São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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Moradores de rua usam casarão abandonado da Paulista como banheiro

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos poucos casarões que restaram na avenida Paulista, um dos símbolos de São Paulo, se deteriora a cada dia. O imóvel, no número 709 da via, onde funcionava uma loja do McDonald's até dezembro de 2005, está hoje abandonado, com lixo por toda a parte e repleto de panfletos na parede. Além de moradores de rua, o casarão também é visitado por artesãos, que vendem seus produtos na frente do local.
Eles negam dormir no interior do casarão -foi colocado tapume para impedir a entrada de pessoas- mas usam a área como banheiro e uma grade como varal.
"Dá para pular o muro e ir lá para trás [dormir]. Mas, para mim, qualquer lugar é lugar", diz Marcos Túlio Pinho, 44.
Ele passa o dia em frente ao imóvel, com ao menos cinco colegas, vendendo colares, brincos e outros artesanatos, que são expostos na calçada.
O casarão não é tombado pelo patrimônio histórico. Mas está na área englobada pelo tombamento da Casa das Rosas. Isso significa que qualquer intervenção tem de ser apreciada pelo Condephaat.
"É um exemplar que se tornou raro. Tem o valor da sobrevivência e, por seu estilo eclético, é interessante a preservação", diz José Eduardo de Assis Lefèvre, presidente do Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico).
Na opinião de Benedito Lima de Toledo, professor de história da arquitetura na USP, "a degradação de um imóvel na Paulista gera a degradação de toda a avenida".
A Folha não conseguiu encontrar o dono do casarão.


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