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Moradores de rua usam casarão abandonado da Paulista como banheiro
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos poucos casarões que
restaram na avenida Paulista,
um dos símbolos de São Paulo,
se deteriora a cada dia. O imóvel, no número 709 da via, onde funcionava uma loja do
McDonald's até dezembro de
2005, está hoje abandonado,
com lixo por toda a parte e repleto de panfletos na parede.
Além de moradores de rua, o
casarão também é visitado por
artesãos, que vendem seus
produtos na frente do local.
Eles negam dormir no interior do casarão -foi colocado
tapume para impedir a entrada de pessoas- mas usam a
área como banheiro e uma
grade como varal.
"Dá para pular o muro e ir lá
para trás [dormir]. Mas, para
mim, qualquer lugar é lugar",
diz Marcos Túlio Pinho, 44.
Ele passa o dia em frente ao
imóvel, com ao menos cinco
colegas, vendendo colares,
brincos e outros artesanatos,
que são expostos na calçada.
O casarão não é tombado
pelo patrimônio histórico.
Mas está na área englobada
pelo tombamento da Casa das
Rosas. Isso significa que qualquer intervenção tem de ser
apreciada pelo Condephaat.
"É um exemplar que se tornou raro. Tem o valor da sobrevivência e, por seu estilo
eclético, é interessante a preservação", diz José Eduardo
de Assis Lefèvre, presidente
do Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico).
Na opinião de Benedito Lima de Toledo, professor de
história da arquitetura na
USP, "a degradação de um
imóvel na Paulista gera a degradação de toda a avenida".
A Folha não conseguiu encontrar o dono do casarão.
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