Análises pedidas pelo Ministério Público de SP mostram problemas que já haviam sido identificados em 2001

Dois relatórios indicam necessidade de a prefeitura reformar hospital no Jabaquara, na zona sul da capital

CAIO DO VALLE
DO "AGORA"

Macas nos corredores, falta de campainha de emergência nos leitos, centro cirúrgico sem ar-condicionado, falta de forro no teto, salas sem privacidade aos pacientes. Esses são alguns dos problemas identificados pelo Ministério Público do Estado no Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara (zona sul de SP).
As constatações estão em dois laudos técnicos realizados nos últimos meses a pedido da Promotoria de Direitos Humanos -que investiga a unidade desde 2001, ano em que abriu uma ação cobrando a reforma do local.
A reportagem esteve ontem no hospital e flagrou problemas. Parte do teto está sem forro -dutos ficam à mostra- e algumas paredes não têm revestimento. Uma paciente era atendida na maca em um corredor perto do aparelho de raio-X.
Dois idosos internados na ala psiquiátrica circulavam no corredor em meio aos demais pacientes e visitantes.
Apesar do frio, eles só vestiam aventais brancos. A auxiliar de limpeza Angela Maria Alves, 37, diz que é comum ver pacientes com problemas mentais andando pelos corredores. "Morro de medo." O pai dela trata pressão alta no hospital.
A sentença determinando melhorias no hospital foi proferida em 2004. Um ano depois, a prefeitura entrou com um recurso no Tribunal de Justiça, suspendendo a aplicação da multa diária de R$ 5.000 em caso de descumprimento das exigências.
O promotor Arthur Pinto Filho pede audiência de conciliação com a prefeitura para que as reformas comecem o quanto antes. "Pretendo conversar com a secretaria antes mesmo da audiência para ver se já conseguimos um acordo. O hospital não pode ficar desse jeito", diz.


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