São Paulo, quinta-feira, 12 de novembro de 2009

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notas

PÂNICO NA DASLU
Protegidos por um gerador, convidados de uma festa na butique Daslu estavam aflitos na hora do apagão de anteontem. Começaram a pipocar ali notícias falsas de que a cidade vivia uma onda de arrastões. "Logo, as mulheres estavam escondendo as joias, os relógios e telefonando para os maridos e motoristas buscá-las com carro blindado", conta o consultor de etiqueta Fábio Arruda. A relações-públicas Fernanda Barbosa também se assustou. "Em Nova York, mesmo se não tem luz, você sai na rua numa boa, sabe que está seguro. Em São Paulo, se com luz já é perigoso..."

PASSEIO NO ESCURO
Quando as luzes se apagaram, ao contrário da maior parte dos paulistanos, a última coisa que a estudante Aline Cavalcante, 23, pensava era em estar em casa. "Queria sair para ver como a cidade estava se comportando diante daquilo", diz ela, que saiu pedalando da Vila Mariana até a avenida Paulista. Lá, encontrou outros amigos ciclistas que tiveram a mesma vontade de ver São Paulo sem luz. O grupo fez seu passeio pelo centro, seguiu pela rua Augusta, andou pelo vale do Anhangabaú e pela praça da Sé. "A CET estava muito preocupada com os carros e esqueceu os pedestres. Na Paulista, ninguém conseguia atravessar", reclamou o publicitário Carlos Aranha, 28, que integrava o grupo de ciclistas do passeio.

ASMA DE VOLTA
A bancária Circe Cavalcante, 29, ficou por cerca de uma hora no elevador do prédio onde mora, na Vila Mascote, zona sul de São Paulo. Circe disse que teve uma crise de asma durante o tempo em que ficou presa sozinha -ela não tinha mais sintomas da doença havia oito anos. A bancária ainda desmaiou dentro do elevador. "Pensei que ia morrer. Disseram que durou uma hora, mas pra mim foi uma eternidade." Os vizinhos até tentaram abrir a porta, mas não conseguiram. "Pensei: "não vou sair mais daqui'". No fim, foram os bombeiros que tiveram de arrancar a porta para resgatá-la.

O SHOW NÃO PARA
O apagão não foi mal recebido por todos no Rio. Durante o show "Blind Date", no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, zona sul, a luz acabou quando Naná Vasconcelos e o DJ Dolores iniciavam a quarta música. Apesar de a casa possuir geradores, o palco e a plateia ficaram à meia-luz e os instrumentos eletrônicos não puderam ser ligados. Naná continuou nos tambores. "Criamos uma atmosfera maravilhosa", afirmou o músico.
Na casa de shows Vivo Rio, no Aterro do Flamengo, também zona sul, o ator Fernando Caruso, da peça "Zenas Emprovisadas (Z.É.)", soube aproveitar o apagão para fazer rir as 1.200 pessoas da plateia -apesar de a casa também possuir geradores. "Disse que o apagão não foi só no Rio, que em São Paulo também teve e que lá é pior, porque não tem praia."

LUZ, CÂMERA...
Com menos de dez minutos do filme, a tela ficou branca e as luzes de emergência se acenderam na sala do cinema Unibanco Arteplex, no shopping Frei Caneca, anteontem, em São Paulo. Era a pré-estreia de "Hotel Atlântico", de Suzana Amaral. Ary Pini, produtor-executivo do filme, acalmou os espectadores e atribuiu inicialmente o blecaute a um problema no shopping, cuja administração, por segurança, mandou que todos esperassem no saguão. A festa do elenco, que seria depois da sessão, no Studio SP, foi cancelada. A pré-estreia foi remarcada para hoje, na mesma sala, desta vez, com ação.


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