Lei considera o caso estupro de vulnerável

CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O beijo entre um rapaz de 18 anos em um menino de 13, na área do cinema do shopping Parque Santana, na zona norte de São Paulo, terminou em prisão anteontem. A gerente chamou a segurança, e depois a polícia, ao ver ele abraçando o menino por trás e os dois se beijando.
O jovem foi preso sob suspeita de estupro de vulnerável (ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso com menor de 14 anos).
No boletim de ocorrência registrado no 13º DP (Casa Verde), a gerente diz que a polícia foi chamada porque o rapaz "não colaborou".
O rapaz disse ter conhecido o menino pela internet, mas em depoimento formal preferiu não falar. Já o menino disse à polícia que beijou o rapaz porque quis.
Até a noite de ontem, o jovem continuava preso. Procurada, sua família informou que um parente que é advogado está cuidando do caso. Se for condenado, ele pode pegar até 15 anos de prisão.
Já a família do menino disse estar abalada e não quis comentar o caso. A UCI, responsável pelo cinema, disse que não comentaria.
A presidente do comitê da diversidade sexual da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Adriana Galvão, afirmou que a prisão foi correta e que o caso deve ser tratado como estupro de vulnerável e não como discriminação por se tratar de uma relação homossexual.