São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2010

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Bruno nega na Justiça trama contra Eliza

Em seu 1º depoimento, goleiro diz que deu R$ 30 mil à ex-amante, que, segundo ele, lhe pediu que cuidasse do bebê

Sua versão é que jovem acompanhou-o a MG para se certificar de que receberia o dinheiro e, após isso, iria para SP

PAULO PEIXOTO
DE CONTAGEM (MG)

Num depoimento de dez horas sobre o desaparecimento e possível morte de Eliza Samudio, o primeiro à Justiça, o goleiro Bruno Fernandes de Souza negou ontem que a ex-amante tenha sido vítima de uma trama.
Disse ainda disse que ela e o filho estavam sob sua proteção. Bruno afirmou à juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, que deu R$ 30 mil a Eliza, que lhe disse que iria para São Paulo.
Na versão que o goleiro apresentou, ele aceitou o pedido dela para ficar com o bebê por sete dias, sem explicar o que faria. Depois disso, nunca mais foi vista.
Bruno e mais nove réus foram denunciados pelo Ministério Público. A denúncia diz que Eliza e o bebê saíram sequestrados do Rio e, em Minas, foi separada do bebê e assassinada. Ontem, o goleiro negou toda a história.

"SOB MEUS CUIDADOS"
Sua versão é que Eliza quis acompanhá-lo a Minas porque duvidara que ele lhe daria os R$ 30 mil que exigia para despesas -uma forma de garantir o recebimento.
"Em momento nenhum a vida do bebê e de Eliza estiveram em perigo, porque estavam sob meus cuidados." O goleiro afirmou ainda ser o "possível pai" do bebê, com "99,9%" de chance.
Todo o caso começou com o fato de Bruno não assumir a paternidade. O atleta sempre se negou a fazer o exame de DNA -segundo a defesa da família de Eliza, um teste já confirmou a paternidade.
No depoimento, Bruno disse que convenceu sua mulher, Dayanne Souza, também ré no caso, a ficar cuidando do bebê, já que ele iria no dia seguinte para o Rio.
Bruno afirmou que Eliza foi deixada num ponto de táxi pelo secretário dele, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, para ir para São Paulo.
Na versão do atleta, Eliza deixou o sítio com Macarrão, e o seu primo adolescente -o primeiro punido com medida sócio-educativa pela Justiça em Minas- sem o bebê. Bruno negou que tenha sequestrado Eliza. Disse que todo o tempo em que ela esteve no sítio ficou livre.
O goleiro admitiu à juíza que mentiu à imprensa no Rio ao dizer que fazia dois meses que não via Eliza. "Menti talvez por medo. Falei até sem pensar." Ele foi o sexto réu a depor.

TUMULTO
Na noite de ontem, o depoimento de Macarrão foi interrompido propositalmente pelos advogados, que temiam que o cliente pudesse falar algo contrário ao que disse o goleiro.
Houve bate-boca entre o advogado Cláudio Dalledone Jr. e a juíza, e eles, então, decidiram que Macarrão não falaria mais.

FOLHA.com
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folha.com.br/ct829363


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