São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002

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CRIME

Ele é acusado de matar a mulher, desaparecida em 97

Juiz será julgado por homicídio pela primeira vez na história do TJ

LUCIANA ARARIPE
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O Tribunal de Justiça de São Paulo inicia amanhã o julgamento do juiz Marco Antônio Tavares, acusado de ter matado sua mulher, Marlene Aparecida Moraes, em agosto de 97, quando era magistrado em Jacareí (SP). Vai ser a primeira vez que um juiz será julgado pelo TJ por homicídio.
Marlene foi encontrada morta na tarde de 30 de agosto de 97, por volta das 14h, na rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123), que liga Taubaté a Campos do Jordão.
Ela, que estava desaparecida desde o dia 22, foi morta com dois tiros e teve as digitais dos dedos das mãos raspadas.
Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, Marlene foi vista pela última vez saindo com o juiz, na noite que antecedeu o crime. À época, eles já estavam separados havia dois meses.
A defesa vai argumentar que o corpo encontrado não é o da professora, já que o exame de DNA não foi conclusivo por causa do estado em que o cadáver foi encontrado. A defesa vai usar também as declarações de duas pessoas que disseram ter visto a professora viva após o cadáver ter sido encontrado.
Uma delas é o oficial de justiça de Jacareí Nivaldo Aparecido Bicudo, que teria procurado a polícia para dizer que tinha visto a mulher do juiz na cidade, na manhã do dia 26 de agosto, depois do seu desaparecimento.
A outra pessoa é o delegado Eduardo Kepczynski, que, em depoimento, disse ter visto Marlene em Maceió (AL), meses depois do seu desaparecimento em Jacareí.
A acusação vai usar o exame da arcada dentária que mostrou que o corpo encontrado era de Marlene e as cópias das contas telefônicas que mostram ligações do juiz para a casa da vítima na noite anterior ao crime.


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