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EDUCAÇÃO
Votação sobre mudanças em currículos da rede estadual é marcada por confusão; secretaria diz que erro foi corrigido
Sistema impede voto em carga horária maior
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
No final do segundo dia de "eleições" pela internet para escolha
do currículo da rede estadual em
2003, a Secretaria de Estado da
Educação admitiu que o sistema
de votação on-line contrariava o
que o secretário Gabriel Chalita
havia prometido anteontem.
Em entrevista coletiva, Chalita
afirmou que, na hora de sugerir
mudanças no currículo do ensino
médio, as escolas poderiam optar
pelo aumento do número de horas diárias de aula -de cinco para seis, no período diurno, e de
quatro para cinco, no noturno.
O aumento de horas é a principal reivindicação dos sindicatos
de profissionais da educação da
rede estadual desde 97, quando
houve a redução da carga horária.
Somente diretores de escola têm
a senha que permite entrar no sistema de votação. O voto é decidido pelos conselhos de escola
-órgãos formados por professores, pais, alunos e direção, representados igualmente- e registrado na internet pelo diretor.
Ontem, às 18h, a Folha teve
acesso ao sistema, com senha disponibilizada pela direção de uma
escola estadual, e verificou que
não era permitida a opção de aumentar a carga horária. Quando
foi tentada a alteração de 25 para
30 horas semanais de aula, surgiu
na tela a mensagem "Somatório
das aulas da série inválido! Diferente de 25. Corrija!".
Chalita disse ser contrário ao
aumento da carga horária, mas
afirmou que, se for essa a decisão
da maioria, a proposta será defendida pela secretaria, que irá fazer
um estudo financeiro e negociar
verbas para a implementação. A
votação faz parte do projeto "Democratização Escolar".
Segundo a Apeoesp (sindicato
dos professores de escolas da rede
estadual), a secretaria sonegou informações para evitar a vitória da
proposta. O sindicato reclama
que, nos comunicados recebidos
pelas escolas, não foi feita menção
à possibilidade de aumento da
carga horária. Segundo a secretaria, não havia essa necessidade, já
que havia sido dito que todas as
sugestões, desde que respeitassem a lei, seriam consideradas.
Várias escolas, de acordo com a
Apeoesp, computaram seus votos
ontem e anteontem. Como não
conseguiram optar pelo aumento,
muitas teriam preferido manter o
currículo como está.
Segundo a secretaria, ocorreu
um defeito no sistema, solucionado ontem à noite. As escolas não
serão prejudicadas, segundo a assessoria de imprensa, já que aquelas que quiserem alterar a opção
feita poderão votar novamente
até sexta-feira. A assessoria informou ainda que não recebeu reclamações em sua central telefônica
de atendimento e que ficou sabendo do problema ao conversar
com a Folha.
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