São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

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SAÚDE

Estudo feito no Rio mostra que 85% das mulheres desconheciam problema

Maioria ignorava o problema, diz pesquisa

DA REPORTAGEM LOCAL

Estudo populacional das universidades estadual e federal do Rio de Janeiro concluído em 2004 revelou que 12,3% das mulheres com mais de 35 anos sofre de alguma forma de hipotireoidismo, sendo que 85% delas nem suspeitavam do problema.
A incidência das tireoidites é maior entre as mulheres e aumenta com a idade, sendo mais freqüente após a menopausa. Na faixa etária acima dos 35 anos, a proporção é de sete mulheres para cada homem. No estudo, foram entrevistadas 1.299 mulheres de todas as regiões do Rio, de diferentes níveis sociais.
Segundo o endocrinologista Mario Vaisman, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do estudo na universidade, os dados coletados no Estado, segundo os pesquisadores, refletem a realidade nacional. Para ele, não há diferença nos números em relação aos outros países.
Agora, 60 das mulheres pesquisadas foram selecionadas e vão participar de uma segunda etapa do trabalho que pretende avaliar se vale a pena medicá-las ou não.
De acordo com Vaisman, nos casos subclínicos, a medicação é indicada se a mulher deseja engravidar ou se tem história familiar de tireoidite crônica.
Um dado que preocupou os pesquisadores foi o fato de que 34% das entrevistadas usaram, em algum momento, fórmulas emagrecedoras contendo substâncias perigosas para a saúde, como o hormônio tireoidiano.
Dessa parcela das pesquisadas, todas apresentavam supressão de hormônio TSH (que controla o funcionamento da tireóide).
Segundo Vaisman, se o hipotireoidismo não for diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada, pode causar problemas, como perda de memória, anemia, ressecamento da pele, aumento de colesterol, hipertensão, ganho de peso, fraqueza muscular, depressão, irregularidade menstrual e até infertilidade.
Com o tratamento do hipotireoidismo, é possível controlar totalmente os sintomas, evitando efeitos colaterais com o uso de dosagens corretas.
"A dosagem do hormônio é orientada conforme os resultados dos exames de sangue, que devem ser feitos em intervalos que variam entre dois e seis meses. O único inconveniente é que o tratamento deve ser mantido por toda a vida para prevenir a volta dos sintomas e o aumento da tireóide", explica o médico Eder Quintão, da Faculdade de Medicina da USP de São Paulo.
(CLÁUDIA COLLUCCI)


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