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SAÚDE
Estudo feito no Rio mostra que 85% das mulheres desconheciam problema
Maioria ignorava o problema, diz pesquisa
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudo populacional das universidades estadual e federal do
Rio de Janeiro concluído em 2004
revelou que 12,3% das mulheres
com mais de 35 anos sofre de alguma forma de hipotireoidismo,
sendo que 85% delas nem suspeitavam do problema.
A incidência das tireoidites é
maior entre as mulheres e aumenta com a idade, sendo mais
freqüente após a menopausa. Na
faixa etária acima dos 35 anos, a
proporção é de sete mulheres para cada homem. No estudo, foram entrevistadas 1.299 mulheres
de todas as regiões do Rio, de diferentes níveis sociais.
Segundo o endocrinologista
Mario Vaisman, professor da
Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e coordenador do
estudo na universidade, os dados
coletados no Estado, segundo os
pesquisadores, refletem a realidade nacional. Para ele, não há diferença nos números em relação
aos outros países.
Agora, 60 das mulheres pesquisadas foram selecionadas e vão
participar de uma segunda etapa
do trabalho que pretende avaliar
se vale a pena medicá-las ou não.
De acordo com Vaisman, nos
casos subclínicos, a medicação é
indicada se a mulher deseja engravidar ou se tem história familiar de tireoidite crônica.
Um dado que preocupou os
pesquisadores foi o fato de que
34% das entrevistadas usaram,
em algum momento, fórmulas
emagrecedoras contendo substâncias perigosas para a saúde,
como o hormônio tireoidiano.
Dessa parcela das pesquisadas,
todas apresentavam supressão de
hormônio TSH (que controla o
funcionamento da tireóide).
Segundo Vaisman, se o hipotireoidismo não for diagnosticado
precocemente e tratado de forma
adequada, pode causar problemas, como perda de memória,
anemia, ressecamento da pele,
aumento de colesterol, hipertensão, ganho de peso, fraqueza
muscular, depressão, irregularidade menstrual e até infertilidade.
Com o tratamento do hipotireoidismo, é possível controlar
totalmente os sintomas, evitando
efeitos colaterais com o uso de dosagens corretas.
"A dosagem do hormônio é
orientada conforme os resultados
dos exames de sangue, que devem
ser feitos em intervalos que variam entre dois e seis meses. O
único inconveniente é que o tratamento deve ser mantido por toda
a vida para prevenir a volta dos
sintomas e o aumento da tireóide", explica o médico Eder Quintão, da Faculdade de Medicina da
USP de São Paulo.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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