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Obra de rebaixamento da calha do Tietê fica R$ 34,54 mi mais cara
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
As obras do rebaixamento da
calha do rio Tietê ficaram R$
34,54 milhões mais caras por conta de novos aditivos firmados pelo
governo Geraldo Alckmin
(PSDB) no final de novembro.
A elevação do preço contratual
ocorreu seis meses após a chuva
que inundou a marginal e pôs em
xeque a propaganda da gestão tu-
cana sobre a "eliminação da possibilidade de transbordamento".
O Daee (Departamento de Água
e Energia Elétrica do Estado de
São Paulo), responsável pelos
contratos, afirma que a elevação
do valor dos contratos não tem
relação com os problemas causados pela inundação. Os R$ 34,54
milhões se somam a R$ 108,1 milhões que já tinham sido acrescentados ao contrato, num total
aproximado de R$ 143 milhões
acima do que foi programado inicialmente. O valor corresponde a
uma alta média de 20,31% do
montante dos contratos iniciais.
Além dos aditivos, os reajustes
já previstos inicialmente atingiram R$ 200 milhões, totalizando
os gastos do rebaixamento da calha em mais de R$ 1 bilhão.
Ricardo Borsari, superintendente do Daee, diz que um dos
motivos do acréscimo foi o atraso
de 16 meses na obra (que será finalizada em 2006, em vez da previsão inicial de 2004), devido a
contestações ambientais. "Passou
mais um período chuvoso, elevando o aporte de sedimentos e o
volume a ser escavado", diz. Ele
cita ainda o aumento da distância
para levar os sedimentos e da
quantidade de material para garantir a estabilidade nas margens
do rio -argumentos semelhantes aos dos primeiros aditivos.
Nos quatro lotes das obras de
escavação e remoção dos sedimentos da calha, os aumentos de
preço variaram de 15,69% a
23,09%. Mas, conforme revelou a Folha em junho, a contratação de
consultoria para apoiar o gerenciamento geral da implantação
das obras teve acréscimo de 148%,
com aditamentos de R$ 27,6 milhões. A lei 8.666, de 1993, prevê
um limite de aumento de 25%.
O governo Alckmin se diz respaldado pelo JBIC (banco japonês
financiador do projeto) para as
elevações e que há pareceres jurídicos para sustentar as mudanças.
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