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PMs acusados de ligação com milícias e tortura são presos
Delegado afirma que eles podem ter relação com o caso de jornalistas torturados em favela na zona oeste do Rio de Janeiro; outras três pessoas foram presas
ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A polícia do Rio prendeu ontem seis pessoas, entre elas três
policiais militares, acusadas de
ligação com a milícia que torturou uma equipe do jornal "O
Dia" em maio deste ano. A quadrilha é acusada de controlar a
favela do Batan, na zona oeste,
onde dois repórteres e um motorista do jornal foram capturados durante reportagem.
Duas pessoas estão foragidas.
O delegado Fábio Cardoso,
da Delegacia de Repressão ao
Crime Organizado, disse que o
policial Fábio Gonçalves, 36,
apelidado de Fábio Catiri, e o
pedreiro José Antônio Rachel
de Souza, 40, o Boi, participaram da tortura. Na casa de Gonçalves foram encontrados um
fuzil, um revólver e munições.
Segundo Cardoso, no período em que os repórteres estavam no cativeiro, o suposto
chefe da milícia -o policial civil
Odinei Fernando da Silva, 35,
preso em junho acusado de ligação com as milícias- fez 17 ligações para Gonçalves.
Já Souza teria sido visto tomando conta de um morador
da favela que também foi seqüestrado por, supostamente,
colaborar com os repórteres.
Além deles, foram presos os
PMs André Luís de Matos, 36, o
Cocada, e Marco Antonio Alves
da Silva, o Marcos Bope, 31,
além do ex-PM Wilson de Souza Guimarães, 33, que cumpria
pena em regime aberto por homicídio. Em depoimentos, todos negaram as acusações.
Nilson Bueno, o Faustão, foi
preso em flagrante durante
cumprimento de mandado de
busca e apreensão. Em sua casa
havia armas -garrucha, pistola, revólver- e munição.
Ao todo, foram cumpridos
sete mandados de prisão e 29
de busca e apreensão.
Investigação
A investigação indica que a
quadrilha controlava a favela,
monopolizando serviços clandestinos de segurança, TV a cabo, linhas de transporte alternativo, gás, água e locação de
imóveis. A tese do delegado é
que o bando seria uma filial da
milícia Liga da Justiça, que
atuava em Campo Grande.
A suspeita da polícia partiu
durante a prisão da vereadora
eleita Carminha Jerominho,
solta em outubro. Ela estava
presa acusada de participar da
milícia. O pai dela, vereador Jerominho, e o tio, ex-deputado
estadual Natalino Guimarães,
continuam presos. Todos negam as acusações.
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