São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 2001

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Prefeita critica Força por rejeitar convite

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) classificou ontem como "ridícula e eleitoreira" a decisão da Força Sindical de rejeitar o convite de participação nos projetos sociais do PT em São Paulo.
Como a Folha informou ontem, o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, recusou o convite, feito por Marta, para a central assumir a coordenação do projeto Começar de Novo (para desempregados acima de 40 anos) ou do bolsa-trabalho (para adolescentes).
"É uma pena que a Força acabe se posicionando por interesses pequenos, eleitoreiros", disse a prefeita. "Eu estou pensando no trabalhador e parece que essa é a última coisa que importa para eles (integrantes da Força)."
O PT pretendia usar a experiência e a estrutura da Força na área de atendimento a desempregados. A central sindical mantém em São Paulo, desde 1998, o Centro de Solidariedade ao Trabalhador, que funciona como agência de empregos e dá cursos de requalificação profissional..
Marta negou também ter feito o convite à Força só depois que a central anunciou que os dois vereadores ligados à entidade não iriam votar no candidato petista a presidente da Câmara Municipal, José Eduardo Cardozo. "Reafirmamos o convite depois da eleição", disse a prefeita.
O presidente da Força disse que não houve motivação eleitoreira na decisão da central. "Ainda falta muito tempo para a eleição e não sou candidato a nada."
Paulinho é filiado ao PTB e é um dos nomes cogitados para ser vice de Ciro Gomes (PPS) na eleição presidencial de 2002. O líder sindical afirmou que a Força tem direito de não participar do governo de Marta.
"O começo da administração do PT, com a distribuição das regionais para os vereadores, mostrou a mesma prática de Celso Pitta (PTN) e Paulo Maluf (PPB)", disse Paulinho. "Eu não preciso da Marta para empregar pessoas. Faço isso antes dela."
A CUT, ligada ao PT e maior rival da Força Sindical, pretende comandar a adesão de sindicatos aos programas sociais da administração depois da recusa de Paulinho.
Segundo o presidente nacional da CUT, João Antonio Felício, a central vai se reunir com o coordenador dos projetos sociais da prefeitura, Márcio Pochmann, na próxima quarta-feira.
A intenção é reunir sindicatos filiados e outras centrais -como a CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) e SDS (Social Democracia Sindical)- para elaborar uma proposta conjunta de apoio a desempregados.
"A decisão da Força é discriminatória. Se a CUT fosse convidada pelo PSDB para participar de um projeto em benefício do trabalhador, aceitaria sem problemas", disse Felício. (GP)




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