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SEGURANÇA
Número de profissionais que não estão no cadastro da Polícia Federal praticamente dobrou em 2002, estimam sindicatos
Para cada vigia legalizado, 3 são clandestinos
DA REPORTAGEM LOCAL
Para cada policial no Brasil, há
quatro guardas privados. Só que,
desses quatro, três são ilegais e estão fora do controle do Estado. A
multidão de clandestinos praticamente dobrou no último ano, segundo estimativas dos sindicatos
das empresas e dos empregados
da área de segurança privada.
Clandestinidade significa estar fora do cadastro e supervisão da Polícia Federal, responsável pela fiscalização da segurança privada.
O Sindicato das Empresas de
Segurança Privada, Segurança
Eletrônica e Cursos de Formação
de São Paulo, estima que há 500
mil vigilantes legalizados no país.
Os ilegais, porém, chegam a 1,5
milhão, estima a entidade.
São 1.300 empresas legalizadas
no país, segundo o sindicato patronal, contra cerca de 4.500 ilegais, que não pagam taxas e não
têm fiscalização sobre os funcionários -muitos dos quais andam
armados.
"As empresas ilegais estão nas
páginas amarelas, na internet, e
ninguém faz nada", disse Carlos
Roberto Silveira, assessor do Sindicato dos Empregados das Empresas de Vigilância, Segurança e
Similares de São Paulo.
O presidente do Sindicato das
Empresas de Segurança Privada,
Segurança Eletrônica e Curso de
Formação de São Paulo, José Jacobson Neto, afirma que o setor
ilegal da segurança privada cresceu de 20% a 30% no último ano,
enquanto no legalizado esse aumento não chegou a 5%.
A Divisão de Controle da Segurança Privada da Polícia Federal
não tem estimativa de clandestinos. No cadastro oficial são
351.040 vigilantes legalizados em
atividade; os sindicatos das empresas e dos empregados crêem
que os números são maiores.
Plano de segurança
A ampliação da fiscalização da
segurança privada está no plano
de segurança elaborado pelo governo Lula. "As empresa não têm
sido fiscalizadas adequadamente.
Hoje, nós temos um universo de
empresas de muita qualidade, e
outro que se caracteriza pela falta
de seriedade", afirmou o novo secretário nacional de Segurança
Pública, Luiz Eduardo Soares, antes de assumir o posto.
O coronel da reserva da Polícia
Militar José Vicente da Silva Filho,
ex-secretário nacional de Segurança Pública, reconhece que a
fiscalização é falha.
"A Polícia Federal não tem recursos adequados para isso. É
uma fiscalização meramente burocrática", afirmou Silva Filho.
Segundo ele, a vistoria dos agentes se restringe à sede da empresa.
"Nunca vão ao local onde o serviço de segurança é executado, para
saber se o homem que está lá é regular", disse o coronel.
Mas, segundo ele, existe uma resistência da Polícia Federal em
aceitar parceiras com os governos
estaduais, por exemplo. Para isso,
teria de abrir mão das receitas
vindas do pagamento de taxas.
O sindicato patronal diz que
empresas legalizadas e instituições bancárias pagam cerca de R$
500 milhões/ano em taxas de fiscalização e vistoria. O dinheiro é
destinado ao Fundo Nacional de
Reaparelhamento da Polícia e financia investimentos na PF.
Denúncias sobre empresas clandestinas: Sindicato das Empresas de Segurança Privada (tel. 0/xx/11/3858-7360);
Sindicato dos Empregados de Empresas
de Vigilância (tel. 0/xx/11/3361-5644)
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