São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 2007

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Viúva de vencedor da Mega Sena é agredida

Severino Silva/Agência O Dia
Adriana chega à delegacia


SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A RIO BONITO

Viúva do ganhador da Mega Sena assassinado no domingo passado em Rio Bonito (cidade a 75 km do Rio de Janeiro), a cabeleireira Adriana de Almeida, 29, foi agredida ontem quando deixava a 119ª DP (Delegacia de Polícia), onde prestara depoimento por cinco horas.
Mesmo protegida por seguranças, policiais e dois advogados, Adriana foi esmurrada no rosto por uma mulher que, em coro com as cerca de 500 pessoas que cercavam a delegacia, chamava-a de assassina.
A multidão também gritava "mata" e "lincha". Adriana só conseguiu deixar a delegacia no início da noite, depois que a PM enviou reforço.
Na confusão que se formou em frente à delegacia, um policial militar atirou gás de pimenta nas pessoas que queriam agredir a viúva.
Marido de Adriana havia pouco mais de um ano, Rennê Sena, 54, foi morto com cinco tiros de pistola na cabeça em um bar no distrito de Lavras, na área rural de Rio Bonito. O casal morava perto dali, em uma fazenda comprada no ano passado por R$ 9 milhões.
Em julho de 2005, Senna venceu na Mega Sena sozinho e recebeu R$ 51,8 milhões. Após o prêmio milionário, ele se casou com Adriana, que trabalhava em um salão de beleza no centro de Rio Bonito.
Em depoimento após o crime, Renata Sena, filha única de Rennê, acusou Adriana de ter planejado a morte do pai para ficar com a herança. Ela disse ao delegado Ademir da Silva que a madrasta era amante de um dos seis seguranças do pai.
No depoimento de ontem, Adriana negou que traía Rennê e disse que o assassinato pode ter sido motivado por vingança, mas não contou de quem. Disse ao delegado que tem direito à herança porque, antes de morrer, o marido fez um novo testamento deixando metade de seus bens para ela. A outra metade ficaria com Renata.
O delegado afirmou que vai investigar as declarações de Adriana. "Há muitas divergências entre o depoimento dela e o de Renata. O depoimento dela [Adriana] é para preservar seu interesse financeiro", afirmou Ademir da Silva.
Segundo o delegado, o primeiro testamento feito por Rennê, logo que ganhou o prêmio, beneficiava seus 11 irmãos. Inconformados com o novo testamento, eles também acusam a viúva de ter mandado matar o irmão. "Foi ela mesmo", disse Jucimar Conceição, 52, irmã de Rennê que esteve na porta da delegacia.
No depoimento, Adriana disse ainda que conhecia Rennê desde que nasceu. Depois que enriqueceu, ele a teria procurado. Mesmo assim, ela teria recusado a proposta de namoro. Mais tarde, casou-se com ele.


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