São Paulo, domingo, 13 de janeiro de 2008

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Para educadores, atitude pode prejudicar autonomia de filhos

DA REPORTAGEM LOCAL

Educadores e psicólogos avaliam que o monitoramento eletrônico reflete uma falta de confiança no outro e pode comprometer a educação dos filhos na busca de autonomia e na forma de relacionamento.
"Há aquela idéia de que o outro é sempre uma ameaça", diz a psicóloga Rosely Sayão, colunista da Folha.
Segundo ela, vigiar o filho por meio das câmeras pode levar o indivíduo a se relacionar com o olho mágico e não estabelecer relação com a pessoa que está ao lado dele. "Isso compromete a imagem de pai e de mãe que a criança tem."
Ela também discorda das câmeras nas escolas. "É ainda pior. Significa que os pais não delegam a educação para a escola, não deixam os filhos se tornarem alunos."
A psicóloga Ana Bahia Bock, professora da PUC-SP, comunga da mesma idéia. Ela avalia que a sociedade atual está procurando se adaptar a uma situação de isolamento e de falta de apoio social. "Por outro lado, a tecnologia avança na possibilidade de monitoramento, de invasão da vida do outro. Isso é muito ruim, uma loucura."
Segundo Bock, a tecnologia poderá prejudicar a relação entre pais e filhos. Há uma invasão na vida do filho, naquilo que está se desenvolvendo como privacidade. Tudo o que é meu terá de ser escondido porque senão meus pais me vêem pela câmera ou saberão onde estou pelo GPS." (CC)


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