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Para educadores, atitude pode prejudicar autonomia de filhos
DA REPORTAGEM
LOCAL
Educadores e
psicólogos avaliam que o monitoramento eletrônico
reflete uma falta de
confiança no outro e
pode comprometer a
educação dos filhos na
busca de autonomia e
na forma de relacionamento.
"Há aquela idéia de que
o outro é sempre uma
ameaça", diz a psicóloga
Rosely Sayão, colunista da
Folha.
Segundo ela, vigiar o filho
por meio das câmeras pode levar o indivíduo a se relacionar
com o olho mágico e não estabelecer relação com a pessoa
que está ao lado dele. "Isso
compromete a imagem de pai e
de mãe que a criança tem."
Ela também discorda das câmeras nas escolas. "É ainda
pior. Significa que os pais não
delegam a educação para a escola, não deixam os filhos se
tornarem alunos."
A psicóloga Ana Bahia Bock,
professora da PUC-SP, comunga da mesma idéia. Ela avalia
que a sociedade atual está procurando se adaptar a uma situação de isolamento e de falta
de apoio social. "Por outro lado, a tecnologia avança na possibilidade de monitoramento,
de invasão da vida do outro. Isso é muito ruim, uma loucura."
Segundo Bock, a tecnologia
poderá prejudicar a relação entre pais e filhos. Há uma invasão na vida do filho, naquilo
que está se desenvolvendo como privacidade. Tudo o que é
meu terá de ser escondido porque senão meus pais me vêem
pela câmera ou saberão onde
estou pelo GPS."
(CC)
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