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JÚLIO PORTUGAL DA NAVE BIZARRO (1915-2010)
O caçula dos irmãos, a tecelagem e o cálice de vinho
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Era Júlio Portugal da Nave
Bizarro o caçula daquele
quarteto. Os outros chamavam-se Antônio, João e José,
todos filhos do português
João Bizarro da Nave, que hoje dá nome a uma rua na região central de São Paulo.
Há muitos anos, o chefe da
família abriu no Brasil uma
tecelagem, chamada Nave,
empresa que tocou com a ajuda dos filhos -Júlio inclusive.
Foi ao negócio familiar que
Julinho, como era chamado
por amigos, dedicou-se na vida, mas também teve outras
ocupações, como o hóquei em
patins -exerceu cargos de direção numa federação do esporte- e a Beneficência Portuguesa, de onde foi diretor.
Durante seus 94 anos de vida, duas pessoas estiveram ao
seu lado por longas décadas: a
mulher Christina, com quem
foi casado por 65 anos, e a dama de companhia Maria Angelino Lopes, uma piauiense
que já trabalha há 47 anos para a família e que cuidou dele
nos últimos tempos.
Ultimamente, Júlio tinha
um hábito de que não abria
mão, respaldado inclusive por
recomendação médica, com a
tese de que era benéfico ao
coração: diariamente, ele costumava bebericar uma taça de
vinho do Porto. "Seu cálice
era sagrado", brinca a mulher.
Era um apaixonado por
Portugal, mas adorava viajar
para qualquer lugar, diz ela.
Na quinta-feira, o caçula
daqueles quatro irmãos foi o
último deles a morrer, vitimado por um AVC (acidente vascular cerebral). Não teve filhos. A missa de sétimo dia será hoje, às 11h, na paróquia
São José, em São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br
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