São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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JÚLIO PORTUGAL DA NAVE BIZARRO (1915-2010)

O caçula dos irmãos, a tecelagem e o cálice de vinho

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Era Júlio Portugal da Nave Bizarro o caçula daquele quarteto. Os outros chamavam-se Antônio, João e José, todos filhos do português João Bizarro da Nave, que hoje dá nome a uma rua na região central de São Paulo. Há muitos anos, o chefe da família abriu no Brasil uma tecelagem, chamada Nave, empresa que tocou com a ajuda dos filhos -Júlio inclusive.
Foi ao negócio familiar que Julinho, como era chamado por amigos, dedicou-se na vida, mas também teve outras ocupações, como o hóquei em patins -exerceu cargos de direção numa federação do esporte- e a Beneficência Portuguesa, de onde foi diretor. Durante seus 94 anos de vida, duas pessoas estiveram ao seu lado por longas décadas: a mulher Christina, com quem foi casado por 65 anos, e a dama de companhia Maria Angelino Lopes, uma piauiense que já trabalha há 47 anos para a família e que cuidou dele nos últimos tempos.
Ultimamente, Júlio tinha um hábito de que não abria mão, respaldado inclusive por recomendação médica, com a tese de que era benéfico ao coração: diariamente, ele costumava bebericar uma taça de vinho do Porto. "Seu cálice era sagrado", brinca a mulher.
Era um apaixonado por Portugal, mas adorava viajar para qualquer lugar, diz ela. Na quinta-feira, o caçula daqueles quatro irmãos foi o último deles a morrer, vitimado por um AVC (acidente vascular cerebral). Não teve filhos. A missa de sétimo dia será hoje, às 11h, na paróquia São José, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br


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