São Paulo, sábado, 13 de fevereiro de 2010

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Paulistano ficou 12 horas no escuro em 2009

Com alta de 29,35%, foi o pior índice de qualidade da Eletropaulo desde 1999, quando o país enfrentou crise no sistema elétrico

Após blecaute de anteontem na região da av. Paulista, Procon de SP abriu novo procedimento para apurar o desabastecimento de energia

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A AES Eletropaulo, responsável pelo abastecimento de energia elétrica na capital paulista, deixou seus clientes no escuro no ano passado por 11,9 horas -crescimento de 29,35% em comparação a 2008.
Esse foi o pior índice de qualidade da empresa desde 1999, quando o país enfrentou uma crise no sistema elétrico. Naquele ano, foram 15,9 horas no escuro, de acordo com os números da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica).
Essas 11,9 horas são o tempo médio que os consumidores ficaram sem energia em 2009 na área de concessão da Eletropaulo, contabilizando várias regiões da cidade e diferentes períodos sem abastecimento.
Anteontem, a concessionária voltou a enfrentar problemas de fornecimento, o que deixou sem luz cerca de 15 mil pessoas na região central de São Paulo, incluindo parte da av. Paulista, das 17h às 23h06. Uma escola suspendeu aulas, e até um shopping fechou as portas.
O problema foi causado, segundo a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), pelo rompimento de dois cabos subterrâneos após um curto-circuito. Exames serão feitos para descobrir o que provocou esses defeitos elétricos, mas está descartada, em princípio, a hipótese de sabotagem.
O Procon de São Paulo abriu ontem um novo procedimento para apurar o desabastecimento de energia, que pode acabar em multa à empresa. O governo está insatisfeito com a série de problemas na capital e estuda medidas mais enérgicas.
A investigação aberta ontem é a segunda iniciada só nesta semana contra a Eletropaulo. Cada uma pode culminar em multa de até R$ 3 milhões.
Na segunda-feira, uma apuração foi instaurada para apurar a falta de energia na semana passada por até 24 horas em determinados bairros da capital, como Vila Madalena, Perdizes, Santana, Pinheiros e Itaquera.
A Eletropaulo informou que essa demora se deveu à dificuldade de acesso e, também, pela demora da prefeitura e dos bombeiros em retirar árvores que caíram sobre a rede. Para o secretário de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, as explicações não convenceram.
Já para o diretor de Energia Elétrica da Arsesp, Aderbal Penteado, responsável pela fiscalização da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), está tudo certo. "A mim, convenceram", disse.
Sobre o incidente de anteontem, a empresa disse que o cabo rompido -afirma ter sido só um- foi enviado para análise. Sobre a queda nos índices de qualidade, não se manifestou ontem (leia texto nesta página).


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