São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011

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SP quer troca de semáforo ultrapassado em um ano

Cerca de mil equipamentos devem ser substituídos pelo tipo eletrônico

Promessa era feita pela prefeitura há anos; os novos semáforos permitem a variação do tempo de abertura

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

Após promessas que se arrastam há anos, a gestão Gilberto Kassab (DEM) firmou contrato para substituir, em até um ano, todos os semáforos eletromecânicos de São Paulo -que são considerados ultrapassados.
Esses mais de mil aparelhos, que não permitem variação de tempo de abertura, representam hoje um de cada cinco controladores semafóricos e são os principais vilões em dias de chuva.
Como ficam isolados das centrais de monitoramento, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) só descobre que eles estão apagados se algum cidadão avisar ou um agente visualizar em câmeras ou nas ruas.
Os semáforos eletromecânicos "eram modernos 40 anos atrás", afirmava Roberto Scaringella, ex-presidente da CET, em 2008, ao prometer a substituição dos mais de mil equipamentos ainda naquele ano -no final do primeiro mandato de Kassab.
A promessa do prefeito não saiu do papel. Agora, a CET diz que os entraves em licitações foram resolvidos, com os contratos de R$ 15 milhões firmados em janeiro.
O órgão de trânsito diz que começará ainda este mês a troca deles pelos equipamentos eletrônicos. O prazo final acaba em janeiro de 2012.
Os novos semáforos vão permitir a variação de tempo. Exemplo: das 7h às 8h, podem ser ajustados para ficar verde por 55 segundos; das 22h às 23h, por 35 segundos.
Além disso, poderão ser monitorados pela central da CET -e não apenas in loco.
No final do mês passado, SP teve uma pane inédita em centenas de semáforos por conta de raios e inundações. A normalização só ocorreu depois de uma semana.
O problema foi considerado anormal, atípico e inédito, segundo Valter Vendramin, diretor-adjunto de sinalização da CET, que diz estar revendo os sistemas para agilizar os reparos. Mas se uma incidência similar de panes se repetir, a CET admite que não conseguirá normalizar tudo com rapidez.

NEM TÃO INTELIGENTES
A substituição dos eletromecânicos tende a dar algum alívio, mas está longe de resolver as deficiências da rede semafórica que agravam os congestionamentos em SP.
Um dos problemas que persistem com prejuízo ao trânsito é a ineficiência dos semáforos que deveriam ser inteligentes. Só 20% deles operam hoje em tempo real, calculando a abertura e fechamento conforme a demanda dos veículos na via.
As deficiências existem há mais de uma década, devido às contestações e descumprimentos de contratos de revitalização.


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