|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia ocupa morros atrás de assassinos
FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As polícias Civil e Militar fizeram ontem um contra-ataque em
favelas do Rio para tentar prender
os assassinos dos oito policiais
(sete PMs e um civil) mortos desde 24 de fevereiro, quando traficantes iniciaram uma série de
atentados na cidade.
No final da tarde de ontem, a
polícia apresentou Leonardo Rodrigues dos Santos, o Leo, 24, como suspeito de ter participado da
morte do policial civil Antônio
Leal, ocorrida no último sábado,
no Engenho Novo (zona norte).
Segundo a polícia, ele foi preso
no morro do São João, com 30 sacolés de cocaína e teria confessado sua participação no crime.
Na madrugada, um tiroteio entre policiais e bandidos da favela
Parque das Missões, em Caxias,
por volta da 1h, interrompeu o
tráfego na Linha Vermelha [via
expressa que liga as zonas norte e
sul" por dez minutos.
A Polícia Civil montou a Operação Estrela com o objetivo de
prender os homens que assassinaram o detetive Antônio Leal,
42, no sábado passado. A polícia
acredita que o inspetor foi morto
só por ter sido identificado como
policial.
Cerca de 90 policiais vasculharam os morros da Matriz, São
João e do Sampaio, todos no Engenho de Dentro (zona norte). Sete suspeitos foram detidos. Na
Matriz houve uma rápida troca de
tiros e a apreensão de pequena
quantidade de cocaína.
As polícias Militar e Civil fizeram buscas na favela do Dique
(Baixada Fluminense), onde dois
PMs foram mortos ontem. Oito
suspeitos foram detidos e liberados em seguida, segundo o delegado José Freitas.
A PM também ocupou o morro
da Pedreira, em Costa Barros (zona norte), por tempo indeterminado. Ali, desde o Carnaval, nove
pessoas foram mortas em confronto com a polícia.
O estudante Bruno Pinto Jordão, 12, foi enterrado ontem, um
dia após ter sido morto durante
um confronto entre policiais e traficantes. Em torno de 150 pessoas
acompanharam o enterro de Jordão revoltadas, sustentando que o
menino estudava e trabalhava
com a avó. Policiais do 9º Batalhão afirmam que o menino portava uma pistola ao ser atingido.
Na estrada das Paineiras (zona
sul), onde a classe média costuma
fazer caminhadas, bombeiros da
Defesa Civil encontraram quatro
corpos numa ribanceira. Segundo
inspetores da 7ª DP, os corpos,
ainda não identificados, estavam
dentro de sacos e em estado avançado de putrefação.
Reação
Um dia após o chefe de Polícia
Civil do Rio, Álvaro Lins, ter
ameaçado exonerar o delegado
em cuja região aumente a incidência criminal ou caia o número
de prisões e apreensões por furtos
e roubos de carros, a DRFA (Delegacia de Roubos e Furtos de Autos) interditou 19 ferros-velhos
em São Gonçalo (25 km do Rio).
Texto Anterior: Caos no Rio: Dois ficam feridos em rebelião em Bangu Próximo Texto: Panorâmica - Crime: Traficante é preso dentro da Unicamp Índice
|